Depois
de 15 dias desbravando as terras portuguesas e não aguentando mais comer tanto
bacalhau, voltei para o Brasil para um pit
stop de 2 dias. Lavar roupas, pagar contas e dar uma papeada com os amigos.
Muitos queriam me ver, mas eu realmente estava sem condições de combinar algo
com alguém. Quer dizer, se eu estou em período de férias, significa que preciso
descansar até mesmo de amigos. A família também está incluída no
pacote.
Fazendo
um back to the wonderland, levantei-me
de madrugada para ir ao aeroporto de Cumbica. Próximo destino: Santiago.
Cheguei ao aeroporto pontualmente às 4h – dentro do horário orientado de se
chegar até 3 horas antes do horário de embarque de meu vôo, e aguardei meu
assessor de embarque, Davisson, para despachar minha mala. Como demorava,
entrei em contato com ele para saber onde estava. E olha que surpresa
agradável: eu o acordei. Ele me disse que seria outra pessoa que iria fazer o
meu embarque, o Alexandre. Desse cretino eu não vi nem a sombra. O que é pior é a agência sequer ter avisado que haveria essa alteração. Estava furioso. Despachei eu mesmo a mala. Fiquei em um assento horrível, no meio do
avião e ao lado de um chileno escroto, que fedia ração vencida. Ainda
ganhei um plus: ele roncava muito. Me apeguei na TV de meu assento para ver
alguma coisa, porque com um ronco que lembrava um gêiser em erupção, seria
difícil me concentrar para dormir.
Fiz
um vôo tranqüilo, que transcorreu sem problemas. Cheguei em Santiago com 2º de
temperatura. Imaginei o que me aguardava no meu destino final - San Pedro de Atacama. Já tinha muita vontade
de conhecer o deserto de Atacama, mas sempre protelava.
Para aguardar o próximo vôo para a cidade de Calama, fui almoçar. Mais uma
situação embaraçosa: era jogo do Brasil com o Chile. Imagine você assistir um jogo com os
chilenos em peso, fazendo pressão diante dos poucos brasileiros que tinham no
recinto. E pra quem estava justamente
fugindo da Copa. Acho que Santa Rita de Cássia deve ter acordado com a chaga na sua testa latejando e decidiu jogar sua irritação em mim. Comi um pouco, mas
perdi a fome. O pior foi meu vôo atrasar propositalmente para esperar o fim do
jogo. Quando entrei no
avião, o comandante não fez nenhuma festa e não deu nenhuma informação sobre o
jogo. Em Calama, a notícia dada pelo motorista que foi me buscar: o Brasil
ganhou do Chile. Para consolá-lo disse que o Chile tinha sido superior ao Brasil, com mais tempo de posse de bola. E foi mesmo superior. Entrei na van para chegar ao meu destino final.
San
Pedro é um vilarejo que fica no meio do nada. No percurso até chegar à cidade,
fiquei contemplando a paisagem seca, desértica, mas esplendorosa da região.
Fiquei imaginando o que eu poderia esperar do lugar. Reli o roteiro de viagem
para começar minha viagem imaginária, apesar de não gostar muito de criar
expectativas. Com a chegada à pousada, decidi descansar. Jantei uma crema de tomates e um lomo com saladas e purê. E degustando um
ótimo cabernet sauvignon chileno. A
temperatura estava agradável: - 9º (risos).