A festa da firma foi uma boa surpresa. É que o espaço
físico não é muito chamativo pra se comemorar algo. Mas a ambientação foi
certeira. Nem parecia que eu estava na administração central. Fiquei com o
pessoal da tv, rindo e fofocando muito. Passavam uns garçons lindos, que
estavam com uma espécie de fresqueira. Eles distribuíam uma “quentinha” pra
quem quisesse comer algo mais substancioso. Tinham duas opções: baião-de-dois e
uma comida vegan, que eu nem quis saber o que era. Não estava a fim de perder
minha melanina. O sorteio dos prêmios aos funcionários não foi lá essas coisas.
Achei interessante presentear o sortudo com uma viagem de uma semana para
Santiago, no Chile. E só. Os outros prêmios não estavam à altura. E é óbvio que
o figurino foi o que mais me chamou a atenção. Deus Pai, quanto equívoco! As
pessoas acham que vão a um baile de debutante, pra se vestir de forma tão
inapropriada? E o cardápio de mal gosto tinha uma gama de variedades. Vi
mulheres vestidas de planta, outras foram de absorventes, de calopsitas
(risos), de pomba-gira tinha aos montes. Mas o que foi unânime foram as roupinhas de onças. Acho que todas
compraram na mesma loja (risos). Me senti como um figurante na novela Pantanal. Depois do sorteio, beberiquei mais um pouco e saí à francesa.
No caminho para o metrô, passando pela catraca para ir
embora, dou de cara com uma sapatona, bem grosseira (pra variar). Daquelas que
você sente de longe o cheiro de couro. Estilo pedreira-caminhoneira-torneira mecânica. Deu um arroto e ficou
falando palavrões, a troco de nada. Quer dizer, ela devia achar que estava fazendo graça. Ao estilo Tássia – tá se achando. Eu
apenas dei uma olhada serena de reprovação e desci para pegar o metrô. Isso tem
que ser criado em cativeiro, longe da espécie humana.
Chegando no prédio onde moro, arranjei mais um bom
motivo para detestar o Natal: quando entrei no hall, fui cegado pelas luzes de
decoração natalinas azuis piscando, a ponto de não enxergar nada. Faltou a rena
do nariz vermelho me receber para dar as boas vindas. Mas a decoração cafona me
fez lembrar de contribuir com a “caixinha” dos funcionários, no fim de ano. O que me fez odiar ainda mais o Natal (risos).