sábado, 16 de abril de 2016


                       

Num bate rebate rápido que tive agora pouco com Julia, a filha dos meus amigos Mauro e de Rosita, pelo Facebook, me veio uma reflexão. A Julia postou no facebook que esta “escutando aos berros no celular, no ônibus, ‘não interessa Michele, eu sou o homem da casa!’ (risos) 
Ela complementou: ‘Como não sentir aquela coceirinha de dar na cara dele?’ E aí eu comentei, de forma rasputiniana o seguinte: ‘ eu tive foi tesão, isso sim’ (risos). Jogar energia na boca de lobo à toa pra que¿ É tão simples administrar. Você faz o bofe acreditar que ele realmente manda na relação. E, no meu caso, a gente simplesmente manipula. Como um fantoche. Garanto que (risos) gente recebe o que ele tem de melhor pra dar quanto fica com o ego inflado.

                             

Semana bem agitada.  Na sexta passada, recebi a visita de minha amiga Bruna. Trabalhamos juntos no SESC, mas agora ela encontrou a luz como (risos) Caroline em Poltergeist e está dando aula no SENAC. Não nos víamos há um bom tempo. Tricotamos horrores sobre vários assuntos, entre eles a política. Eu disse a ela que tinha parado de ler e comentar sobre o assunto nas redes sociais porque as pessoas andam muito violentas. Chegam a fazer comentários extremamente calcados na ignorância. Isso é para ambos os lados. Você não sabe em quem acreditar por causa de um certo radicalismo, de ambas as partes. E um certo “extremismo”.  Por um lado, temos a incompetência da “Vil e má” que não consegue sustentar o seu governo, com uma recessão econômica, digamos, preocupante. Fora ter dado o azar de governar num momento em que há um ódio explícito ao PT, dadas a todas as circunstâncias de escândalos, começadas no governo Lula; por outro lado, o impeachment está sendo manipulado por uma quadrilha de pelo menos “um” bandido que já é RÉU e que nada se fala a respeito dele. Aliás, o PMDB é a puta mãe de todos nós da política brasileira. Pena o PT ter feito pacto com o Diabo. Agora está pagando por isso. Graças a Deus que Bruna e eu falamos de outras coisas tomando um bom vinho rose francês. Pedimos pizza. Elogiei seu filho mais novo, Miguel, que é uma graça. 




                                     

No sábado, ao acordar, meu celular tinha falecido. Nem meu carregador ajudou. Pra piorar, a fonte do carregador do meu paleozóico notebook também tinha cometido um suicídio. Fui ligar em alguma assistência técnica e o telefone (risos) estava descarregado. Ilhado em meu próprio apartamento. Isso porque eu estava disposto a fazer uma maratona Netflix (risos). Aí você tem que se apressar para ir trocar o seu aparelho em pleno sábado de sol.  Me colei e fui de subway até o Shopping Paulista. Tinha uma loja da Claro lá que te atendem razoalvelmente bem.  Entrei e a maquininha da senha estava no “pause” . Quer dizer, quebrada (risos).  O vendedor me abordou e perguntou o que eu queria. Falei que iria trocar de celular. Seu nome é...whatever!. E  aquela ladainha capitalista de me oferecer um aparelho mais moderno, essas bobagens que me dão estafa emocional. Como estava com pressa perguntei as opções. Quando fechei o que queria, ele foi consultar o sistema, que “demorava alguns minutinhos”. Depois de quinze minutos, veio com o papo de que havia um débito no sistema. Perguntei qual era o débito e ele respondeu que “o sistema não conseguia localizar de onde”. Que sistema mais estúpido é esse? (Nessas horas eu penso em agradecer a Deus pela existência de Freud. Só a terapia salva). Saí puto para ficar uma semana em definir se mandava arrumar na assistência técnica, se dava truque em (risos) ir na 25 de março ou se comprava outro. O jeito foi relaxar. Comi um “quilão” e voltei para casa. Para espetar uma navalha na carne, lendo “Amores Líquidos”.

quinta-feira, 7 de abril de 2016


Acho que os remédios homeopáticos estão começando a fazer efeito. Acordei às 9h e bem disposto, animado. Me arrumei e tratei de pegar o rumo do trabalho, indo ao metrô. Geladeira vazia, não tinha nem um iogurte. Preciso fazer compras com urgência.

Um calor insuportável pedia passagem na rua. Estamos mesmo no outono? Entendo que no outono o clima fica mais seco, mas a ponto de vir um verão tardio não há pulmão que aguente. Passei no banco para desbloquear meu cartão novo. Tive que bloquear o antigo porque uma ratazana que mora em algum buraco no Rio de Janeiro usou o número do cartão para fazer uma compra. Depois de passear por dois caixas eletrônicos, consegui desbloqueá-lo. Me apressei para pegar o metrô, estava muito abafado. E quando se entra no vagão, aquele choque térmico com um ar condicionado que me remeteu a algum lugar na Sibéria, de tanto frio que fazia. E lá vou eu colocar minha jaqueta para proteger os pulmões. Sorte minha que tinha um lugar para sentar.



Assim que o metrô saiu da estação Santa Cecília, em direção à estação República, mal coloquei o Ipod no ouvido quando escuto um ogro berrando e andando de forma descompassada, sem rumo. Tirei meus fones para ver do que se tratava, era apenas um ambulante vendendo suas porcarias genéricas. Tinha pensando que se tratava de um (risos) assalto. Esses ambulantes devem ter tantos traumas para resolver, coitados. São muito feios. Eles têm o perfil de ser daqueles tipos que misturam (risos) banana para comer com arroz e feijão (aliás, se você também faz esse tipo de mistura, interne-se. Isso não é natural). Quando eles entram no metrô (já cheguei a contemplar 3 no mesmo vagão), olham de quina dos dois lados para ver se não tem nenhum segurança e dão o start já nos 220 volts metralhando informações às pessoas naquele português chulo. Me vem na cabeça uma cena de filme de horror. Como se eu estivesse em um (risos) baile de máscaras. Passado o susto do ogro, me recolho a meu mundo interior de dentro de mim mesmo com a ajuda do Ipod e começo a prestar atenção em uma moça desfilando pelo vagão, com a camiseta escrita “Faça Yoga”. Ela com certeza precisa reforçar em dobro as suas aulas. Junto com os seus 220 kilos (risos).

Pra quem me conhece intimamente sabe que tenho horror a baratas. Horror é pouco, na verdade tenho hojeriza desse inseto pré-histórico que nem bomba atômica consegue dar um jeito. Sim, essa informação é séria, já foi comprovado cientificamente que a infeliz resiste bravamente. E eu fico me perguntando qual é o segredo. Só pra se ter uma ideia, numa matéria que li há um tempo atrás na Superinteressante, o repórter foi a fundo para detalhar o estrondo que uma bomba atômica causaria em uma cidade como São Paulo. Ele fez uma retrospectiva histórica no século passado, quando a ex-URSS - atual Rússia pra quem estuda em escola pública estadual (risos), em uma demonstração de poder em pleno início da Guerra Fria, jogou um desses “brinquedinhos” em plena Groenlândia, no Círculo Polar Ártico, próximo aos vizinhos norte-americanos. Foi um estardalhaço que chocou o mundo em plenos anos 1950. A relação entre as duas potências ficaram ainda mais estremecidas, aterrorizando o resto do mundo. Fiz essa “costura” só para constar que a barata é nossa “penitência” pelos nossos pecados.

O pânico por elas me muniu de algumas armas. Sou um sonar para sacar se há esse bicho nojento numa distância de quilômetros. Um Deezer em pessoa (risos). Decidi voltar para casa depois do almoço na Baronesa, para colocar a leitura em dia e fazer alguns textos para o blog. Fiquei na sala escutando um som e escrevendo, quando começo a ficar que nem gato escaldado, com meus pêlos arrepiados. E eu pensei: “Que não seja o que estou pensando”. Quando olho à minha esquerda, vejo atrás de minha imagem de São Jorge esse exu de encruzilhada subindo lentamente a parede de minha sala, atrás do rack. E lentamente. Pense num inseto cascudo e grande. Pois era duas vezes maior (risos). Não sei como tive forças para pular o notebook que estava numa mesa de apoio. Nunca abri tanto minha perna para conseguir pular feito uma salamandra. As aulas de Pilates estão realmente fazendo efeito (risos)


 Fui correndo pra sacada para pegar a vassoura. Volto lentamente para a sala e nessas horas até o cú tem visão de raio-X para saber onde a desgraçada está. Ela tinha sumido. Não sei de onde tirei energia para ter um breve insight, mas veio em minha mente “A paixão segundo G.H” da Clarice Lispector, onde a personagem estabelece, à sua revelia, uma relação com esse bicho asqueroso. Sem forças para matar a barata, que está presa e amassada na porta do guarda-roupa onde dormia sua empregada, ela começa a regurgitar toda sua loucura, se despojando de sua maquiada sensatez para vomitar todos os seus temores. Mas tive que voltar à Terra para resolver o impasse. Liguei na portaria para perguntar se tinha algum veneno e a resposta foi negativa. Interfonei para minha vizinha Ju, que estava em seu apê. Nunca agradeci tanto a Deus por aquele momento,a pesar de pedir ao mesmo tempo pressa para matar a Mata Hari dos bueiros. Perguntei a Ju se ela tinha algum SBP básico e ela disse que sim, iria pegar para me emprestar. Quando ponho o interfone no “gancho”, vejo ela desfilando com suas asas pela casa, dando um belo rasante. Dei um berro e fiz um “rolamento” – quer dizer, me joguei no chão (risos), para ela não me tocar. A bastarda inglória foi para o meu quarto. Acendi a luz e a vi fixada na parede. A porta da sacada estava aberta e eu fiquei na esperança dela ir embora. Ela deu outra pinta voando em direção para sair. Só que não. Quando penso que ela vai dar um respiro, a desgraçada simplesmente não aguenta o tranco e repousa na parte de cima de meu armário. Fiquei me perguntando o que Clarice faria nessas horas. Ficaria blasé, como seu alter ego? Não, acho que ela (risos) infartaria. Que falta faz um marido bofe nessas horas. Ele pegaria ela com o dedo. E nos humilharia depois (risos)


Aí a campainha toca e eu não queria de forma alguma tirar a vista da barata. São naqueles momentos que quando ela some nem pai de santo consegue achar. Peguei um tapete e joguei nela, na esperança dela não voar, pelo menos. Abri a porta para Ju me entregar o veneno. Nos abraçamos e perguntei a ela como estava. Só que (risos) ela começou a desabafar e eu comecei a ficar impaciente. Muito delicadamente fiz a linha psicóloga sincera e disse que o “tempo da sessão tinha expirado” (metáfora, ok?). Fica essa dica: nunca peça ajuda alguma a alguém quando esse alguém pedir emprestado um veneno (risos).


Voltei, entrei no quarto e percebo que a barata tomou um pó de pirlimpimpim e sumiu. Peguei o veneno, fiz a linha “raio gourmetizador” com ele e intoxiquei meu quarto todo. Tudo bem, era para uma boa causa. Tinha que achá-la de qualquer jeito. Quando a vejo, já meio tonta, entrando por debaixo da minha gaveta, na cama, dou um touchê nela e ela some mais uma vez. São muito rápidas. Em menos de 10 segundos, ela conseguiu atravessar a gaveta indo parar debaixo de uma mochila que estava no chão. Não é possível elas serem tão ágeis. Já não chega elas terem asas e ainda vem com um GPS? Num rápido ato reflexo desengonçado, corri e a acertei com a vassoura. E a peguei. Pernas e braços tremendo. Consegui deixá-la de barriga pra cima. Nesse momento, veio um acesso de raiva, me senti naquela primeira cena de Kill Bill – Volume I, quando a Uma Thurman vai se vingar da primeira vilã e a imagem (risos) congela na cara de ódio de Uma,  antes da briga das duas. Levantei a vassoura e fiz questão de gritar, enquanto passava um filminho de minha vida cheia de traumas: RADOUKEN! (risos). Eu bati muito nela, acho que dei umas (risos) vinte vassouradas nela. Mesmo assim, ela continuava mexendo suas perninhas peludas. Devia estar gargalhando na minha cara. Aí eu descarreguei quase (risos) meio litro de veneno em cima dela. Enquanto ela dava seus últimos suspiros, fui tomar uma ducha e me recompor. Depois de aliviada, pego a pá para levá-la em sua lápide, o lixo. Liguei para Ju e a convidei para bater um papo e pedir uma pizza. Me veio uma vontade louca de ser terapeuta (risos).

terça-feira, 5 de abril de 2016


Depois de duas horas ritualísticas, saí do consultório de Dra. Letícia e estava faminto. Fui descendo devagar para tentar fazer comunhão com a região do Higienópolis. Aqueles prédios antigos, de arquitetura estonteante. Algumas placas de "Vende-se" estapeadas na minha cara. Fiquei contemplando o céu e supliquei ao Pai para eu ficar "rica" (risos). Me poupava de juntar o "montinho" de 50 anos para pensar em morar por lá. De repente me veio uma vontade louca de comer um strogonoff de filet mignon e a saída foi ir na padoca Baronesa, chamada agora de (risos) Baronesa Boulangerie Patissêrie. Isso é realmente (risos) constrangedor. Brasileiro é de uma presunção ímpar.  A história dessa padaria é bem interessante: antigamente ela era gerenciada por um fulano que torrava o dinheiro para cheirar pó. A padaria era horrível, parecia um IML: paredes brancas mal cuidadas e com alguns fungos. Em pleno Higienópolis. Depois de anos  em decadência, um cara se interessou e conseguiu fechar negócio. Comprou a padoca e deu uma repaginada. Ia sempre com Betina almoçar, o local ficou super agradável. Começaram bem no atendimento, decaíram mas agora voltou a dar um hype. Apesar do site da padoca estar "fora do ar", tem um link para mais informações:

Almoço na Baronesa. Nunca comi com tanto gosto o strogonoff de filet mignon (Almoço com dois sucos mais um expresso, além da coxinha de entrada; queijo, leite e pães -  R$78,90). O que achei interessante foi poder ver pessoas de fato conversando sem o nosso controle remoto pós moderno, o celular. Eu ouvia vozes (risos). Fora uma gracinha de menino que fica no balcão. Ele é meio tímido, ficamos apenas no flerte visual. Me apressei em retornar ao apê. Já era fim de tarde e continuei caminhando até chegar em casa. No caminho, passo por duas "alguém" que estavam saindo do trabalho, do shopping. Estávamos caminhando mais ou menos juntos, eu estava um pouco a frente. Eram lindas. Tão lindas que nem olhei pra trás. Quando penso que o silêncio vai predominar, a voz de sirene do SAMU de uma delas grita, afinal de contas se tem algo que mulher sabe fazer - e bem, é não ter, digamos, "classe" (risos). Falam muito alto. Ela começou a falar: "ai, amiga, fui pedida em noivado!" A outra, não demonstrando nenhuma reação - por ser feia e saber que nunca terá um bofe que fará esse (risos) sacrifício por ela, esboça um disfarce e grita: "ai, amiga, não acredito. Parabéns!(Falsiane incoporou nesse momento). Mas diga, me conta como foi!" (tom de inveja). Fiquei escutando o rosário meditado dela, daquelas histórias de filme romântico, que toda adolescente punheteira adorava assistir na Sessão da Tarde, nos anos 80. Mas de repente, notei algo estranho no tom da voz, que mudou para uma forma infantilizada, como se ela acabasse de ganhar uma Barbie Faz Aborto, bradando seu "conto de fadas de felicidade". Fiquei pensando que eu acrescentaria a palavra "momentânea" para a ocasião (risos). E então veio aquele momento de fazer a Fadinha da Verdade e contar que o conto de fadas dela teria prazo vencido. Venceria no começo do dia de seu casamento. Mas nesse caso, não há como ajudar. O jeito é deixá-la sofrer para cair a ficha de realidade. Acho que ela precisa de "anticorpos" no corpo. (risos)



Quando a água respinga no rabo, você cria vergonha na cara e volta a se apegar com benefícios que um dia deram certo em sua vida. Por exemplo, a homeopatia. Quando eu era pequeno, eu era uma criança bem problemática, cheia de problema de saúde. Tive uma bronquite terrível durante minha fase lactante e primeira infância. Era infernal ter que passar em várias mãos médicas para saber a solução para o impasse da crise broncorespiratória. Depois de eu quase matar minha mãe de cansaço para tentar descobrir o santo antídoto para aliviar meus brônquios, ela descobriu a homeopatia. Me tratei por anos, até porque a homeopatia é lentamente processual. Tem que persistir na cura. E depois de anos, me senti curado. Lembro me disso e fico pensando o quanto fiz minha mãe sofrer, desesperada com minha situação. Se bem que (risos) pensando melhor, ela até que mereceu.


Com os períodos de instabilidade emocional - que se instala em meu corpo como uma pneumonia, resolvi injetar ânimo nos meus pulmões para criar resistência ao vírus. Marquei consulta com a Dra. Letícia no último sábado. Um dia atípico para ir ao médico, vamos combinar. Cheguei melecado de suor por causa do sol mesclado com vento, o que significou que eu não podia tirar a blusa por prevenção para virar um tostex no consultório. Cheguei pontualmente no horário da consulta marcada, às 11h40. Cumprimentei a secretária, uma dessas meninas estilo “pervas”, mas muito educada. Deixei meus documentos e fui urgente ao toilette. Lavei o rosto com água fria, mas nem adiantava. Detesto parecer um refugiado do Afeganistão. Voltei, sentei-me no sofá, incomodado com o suor se esparramando pelo meu rosto, mas sem perder a pose e por lá fiquei um bom chá de cadeira. Tinha uma fulana do meu lado que, pra variar, não se relacionava, só ficava se conectando com seu "controle remoto" da Samsung. Fiquei na leitura, me auto flagelando com o livro do Zygmunt Bauman, “Amor Líquido”. A perva secretária me chamou para pagar a consulta (consulta médica R$200,00) e aproveitou para me oferecer um capuccino. Tomei um sabor “suíço” e estava uma delícia. Também me informou que consulta homeopática geralmente demora, “dependendo da pessoa”. O interfone tocou e a secretária que não me lembro o nome abriu para entrar uma mulher extremamente gripada. Pronto, minha tranquilidade se anulou, fiquei morrendo de medo dela me passar algo. Pra ajudar, era bem arrogante. E tinha uma postura toda torta, parecia uma anfíbia dissecada (risos). Pela cara acho que sofre de prisão de ventre. Deve sair cimento do rabo dela, coitada. Perguntei a ela sobre a notícia que estávamos acompanhando no SPTV com aquele gostoso do César Tralli e ela deu uma resposta como se tivesse fazendo um favor em conversar com o “mortal” aqui. Aí eu cheguei a conclusão de que iria demorar muito na consulta (risos). Imagina se ela fosse antes de mim? Acho que encontraria a Dr.a  Letícia (risos) enforcada, de tanta energia perdida com a infeliz.


E foi ótimo vê-la. Trabalhamos juntos no SESC. Foi ela que me orientou a fazer terapia e me indicou a terapeuta com quem estou até hoje. Conversamos muito, demos muitas risadas, essa descontração foi importante para me abrir com ela e colocar na pauta tudo o que anda me incomodando, tanto físico quanto emocional. Falamos da perda do Bowie e daí me deu um clic  de chamá-la para ir em casa para uma audição do Camaleão, ao lado de um bom vinho. E ela topou. Me examinou e ficou feliz pelo meu pulmão ter saído do estágio terminal. Me receitou dois remédios em glóbulos, uma versão turbo advanced plus de Floral e uma caralhada de exames, entre eles a polissonografia. Ter que dormir com aquela infinitude de fios pelo corpo é de dar uma sensação estranha. Fico me sentindo uma cobaia abduzida pelos ET´s para "estudos"(risos). Ah, e  tem também a nasofibro..alguma coisa, que desconfio que seja um exame desconfortável de fazer. Vão colocar um micro filme pelo nariz para ver a que ponto eu estou cagado por dentro para tratamento de ronco e apneia.

Cumpri minha meta e fiquei duas horas em consulta. Me despedi de Letícia, saí de sua sala, dei um tchau para a secretária perva, já imaginando em qual “pancadão” ela iria se divertir à noite. Quanto à anfíbia,  estava lá já mimetizada com o sofá. De tanta raiva que estava em esperar (risos).

domingo, 3 de abril de 2016

Tirei o domingo pra curtir preguiça. Acordei às 9h para ir ao banheiro e aproveitei para ver um pouco a TV. Estava passando a final da Superliga Feminina de Vôlei. Pela primeira vez, o Praia Clube de Uberlândia ficou entre as finalistas para jogar com o Rexona Ades do Rio de Janeiro. Quer dizer, o time das pererecas do brejo versus as sapatonas mutantes (risos). As jogadoras do Rio são muito Keith Mahoney (ih, não é da minha época? Te ajudo a descobrir quem é a "moça": https://www.youtube.com/watch?v=ki2PZTk51AQ). Misturada também com Cássia Eller e (risos) uma pitada de Rô Rô. Aliás, o time do Rio mais uma vez jogou a final. Vi o segundo set emocionante onde o Praia conseguiu virar o jogo e ganhar das sapatonas. Estava torcendo para as pererecas, mas minha intuição me deu um toque que o melhor era voltar pra cama. Quando acordei again o inevitável: as sapatonas ganharam mais uma vez. Mas acho que elas são muito masculinas graças ao Bernardinho. E eu amoooo os surtos psicóticos que ele dá na quadra (risos). Juro que me dá tesão. Me levantei para dar uma ajeitada no apê e fazer um café. No cardápio, omelete com tomates, queijo e cebola, junto com uma caneca de chocolate com Toddy.  


Fui checar o Facebook e aquela avalanche de notícias sobre...política? É sério que em pleno domingo, com um sol desses, onde as pessoas podem aproveitar para dar uma caminhada na Avenida Paulista ou se jogar em algum parque para relaxar a cabeça, pensar no nada, olhar e flertar com os seres humanos... e jura que existem pessoas extremamente alienadas, em algum quarto fechado em sua casa, demonstrando todo o excesso de radicalismo – de ambas as partes, diga-se de passagem -  para vomitar suas análises políticas esdrúxulas sobre política? Pelo amor de Abraão, isso já está ficando doentio.   Zygmunt Balman foi certeiro nos alertar em seu livro, “O amor líquido” que estamos vivendo a era do “convívio da destruição”. Essas pessoas loucas já devem estar emboloradas, dentro de seus QG´s virtuais. Que Deus tenha complacência delas. Eu fico pensando em meus devaneios se Deus não tem um pingo de vontade de jogar (risos) um raio gourmetizador e acabar com todos nós. Ele tem sido muito paciente conosco.


Mandei um whatsapp para Júlia, que está aqui em São Paulo. Eu a conheço desde pequena na época de faculdade, quando os pais dela – Mauro e Rosita, ainda eram casados e moravam no Rancho. Quer dizer, Ribeirão Preto (risos). Era um catatau de gente. Além de Júlia, elas tiveram também a Nina. Esta era um porrezinho (risos). Mais temperamental, eu diria. Julia iria trabalhar como iluminadora, mas ela é artista de circo. Bem, espero que eu tenha acertado na definição. O espetáculo "Hominus Brasilis" ficaria em cartaz apenas neste final de semana na Caixa Cultural, aqui em Sampa e queria muito ir prestigiar seu trabalho. Ela me marcou semana passada no Face e me convidou para ir. Só que eu achava que ganharia os convites da produção, já que a Caixa Cultural disponibiliza os ingressos uma hora antes do espetáculo. Sempre grátis .  Como ela fez a linha (risos) “baixinho com Down” da Xuxa e não falou mais nada deduzi que o convite não rolaria. Hoje pelo whatsapp ela me informou que a peça foi um no sábado e me avisou que a Caixa Cultural mudou sua forma de disponibilizar os ingressos. Agora eles distribuem a partir das 9h da manhã. Fiquei um pouco puto por ser pego de surpresa. Nos despedimos e ela iria tentar conseguir um convite. 

Dicadelira: entre no site da Caixa Cultural (http://www.caixacultural.com.br/sitepages/unidade-home.aspx?uid=9) e dê uma fuçada na programação. Tem três exposições incríveis por lá, duas de incomodar o esfíncter. Já tenho o esboço do texto sobre elas. Publicarei nessa semana.

Tomei meu breakfast, me colei e fui dar pinta na rua, depois de um bom tempo sem ver a civilização. E tudo no mais perfeito caos. Trânsito horrível, pessoas sem paciência se xingando, notícias de briga de torcidas com uma morte, pessoas porcas jogando lata de cervejas na rua. Uma autêntica Babilônia Caída, como bem define a Bíblia. Me apressei para pegar o metrô. E o Ipod Randômico começou bem seu setlist.


Descida na Estação Sé para uma breve caminhadinha pela praça, até chegar na Caixa Cultural. Fiz aquele flash rápido e só via “entidades da esquerda” contrastando com o belo desenho arquitetônico da praça e suas árvores ainda dando respiro. Em plena tarde. Falsos profetas berrando para uma pequena plateia, amaldiçoando a todos que não escolhessem o caminho de Deus. Até a Igreja incorporou a raiva alienada que se espalha pelos ares. Pena não haver vacina para isso. Só nos resta apegarmos no terço e rezar.



Como já era esperado, Júlia não conseguiu o convite, os ingressos acabaram, mas decidi não perder a viagem. Olhei a programação e me interessei pela exposição de arte aborígene australiana, que estava visível no andar térreo do espaço cultural. E eu nem iria imaginar que teria um belo necessário momento de reflexão com as três densas exposições que fui visitar. Fiz a linha “Se joga, Ariclê” e comecei a embarcar naqueles três mundos distintos e assustadores que eu estava entrando.  Mas isso é assunto para um outro texto. O ipod, no randômico respondeu à altura para me eletrocutar, pra lá do Mundo de Alice.      


sábado, 2 de abril de 2016


O sábado amanheceu num dia típico de outono. Assim que acordei, abri a porta de acesso à sacada e senti um vento gelado e ao mesmo tempo um clima abafado. Interfonei para o porteiro do prédio, perguntando a ele como estava a temperatura no prédio. Só que ele começou a ter devaneios e fazer uma dissertação sobre o clima. Pra quem acabou de acordar, isso é um convite para o sepulcro. Mas fui paciente dele me dar a sabatina. Me colei, desci na expectativa de curtir um frio. Porém, num ledo engano, descobri que a análise do tempo do funcionário não ajudou em nada. Break stop na lanchonete para um rápido café da manhã, na esquina de casa.

Cheguei e fui prontamente atendido por uma simpatia de pessoa. Por que as pessoas simpáticas são geralmente as mais feias? Acho tão injusto. Poderia vir no pacote, não? Bonito, simpático... e afim (risos). Ele já foi me conquistando, perguntando: “vai querer o que, jovem?” Deveria ter dado uma gorjeta pelo “jovem”. Pedi um pão de queijo de Itu que estava com cara boa (era um pão de queijo enorme) e um suco de laranja sem gêlo. Para garantir a satisfação do cliente, ele gritou para o outro atendente, que estava na ala de preparação dos pedidos: “Ô Nhonho, prepara um suco esperto para o jovem aqui”. De repente, eles começaram a se alfinetar e jogar uma verdades um na  cara do outro. Tudo na maior camaradagem (risos). Deixei eles se estapearem, enquanto me atentei ao gerente que estava no caixa. Um tipo rústico que adoro. Enquanto fantasiava em minha mente sadeana uma (risos) "amizade fácil", meu anjo da guarda jogou um balde de água fria ao ver o “tamanho” do menino. Só pra se ter uma ideia, acho que o Tattoo, da ilha da fantasia, era bem maior (risos). Antes de ir ao caixa pagar, o Nhonho ficou cantarolando uma música que nunca escutei, era mais ou menos assim:  “sou diferenteeeeeee, mas queeeeeeeero amar aaaaalguém”. Foi comovente. Tão comovente que fiquei de costas (pão de queijo e suco – R$7,50). Mesmo com táxi na frente da lanchonete, preferi caminhar até o consultório da Doutora Letícia, para consulta de homeopatia. E o randômico do Ipod estava abençoado no momento.


O caminho pelo Higienópolis, como sempre, é agradável. Prédios com arquitetura ímpar, bem conservados, região arborizada. E a instabilidade do outono castigando minha caminhada. Em intervalos de 10 segundos, queria tirar e ao mesmo tempo manter minha blusa de frio. No meio do caminho, o arrependimento de não ter pego um táxi. Meu pulmão ainda estava cansado, depois de um período doente. Aproveitei para colocar o pensamento em ordem sobre alguns acontecimentos desde o começo do ano que me deixaram reflexivo e, mais uma vez, precisei me recolher para um mergulho na introspecção. Mas vou explicar melhor.

O ano de 2016 começou bem e não tenho que reclamar. Passei a virada de ano na Chapada dos Veadeiros, um templo divino onde consegui abstrair e esvaziar minha mente, meus poros, meu espírito, para ter a sensação de pertencimento ao lugar. Em casa planta, folha, bicho, rios, cachoeiras, rochedos eu vi o dedo de Deus em todas essas obras criadas por Ele. Fui com Juçara nessa viagem e pretendo dar detalhes da viagem, apesar de Juçara ter me estressado com algumas posturas, digamos, desnecessárias da parte dela, além de perceber o quão moralista ela é. Mas não vou desenrolar o terço desse assunto agora.



A vida profissional está "no automático". Há algumas indefinições do que vai acontecer com a TV e isso tem me desgastado bastante. Me incomodo quando tenho que acordar e ter que colocar a relação de trabalho como uma mera rotina. Haja energia para administrar.Também tive perdas irreparáveis no decorrer do ano de 2015 e 2016, amigos queridos e ícones consagrados que tornaram minha vida mais intensa e colorida. Fiquei devastado com a morte de David Bowie e é lógico que farei um texto a respeito. O maior artista da Cultura Pop, que se alimentou de várias referências em diversas vertentes artísticas para conseguir, através delas, criar algo original e manter por décadas sua marca e sua contribuição com a música e outras linguagens por onde se enveredou, como a literatura, a moda, o cinema, o teatro, as artes visuais. Michael Jackson que me perdoe, mas quem revolucionou a maneira de se fazer videoclipes e usar esse mecanismo como forma de divulgar sua obra foi Bowie. Fora sua originalidade em revolucionar a estética de se fazer shows. Tanto Jackson como outros grandes, como Madonna, U2, Prince e tantos outros genéricos desses têm a obrigação de pedir a benção a David Bowie. “Blackstar” sedimentou sua lápide e seu merecido lugar no panteão dos Grandes Ícones da Cultura.


Uma avalanche de acontecimentos fez com que eu me desestabilizasse emocionalmente. E o resultado foi mais uma vez contrair uma pneumonia que me derrubou por 3 semanas. Foi um período doído, de todas as formas. Somente nesta última semana pude ouvir que clinicamente estou curado. Mas o ano está só começando e eu ainda me preocupo com meu estado, mediante à proliferação de uma gripe que tem evoluído rapidamente – a H1N1. Eu fiquei assustado em ver uma fila de pacientes aguardando vaga para internação no hospital Samaritano. Fora a dengue e seus derivados, como o zika e outros genéricos deste mosquito asqueroso. Realmente triste. E pra deixar a gente mais apreensivo, temos acompanhado em vários noticiários a crise política que temos passado. Uma amiga querida – Lara, que conheci em um Seminário de Inclusão Social, se encontrou comigo nessas coincidências da vida e me disse que vivemos um tempo de Luz, pois tudo está sendo mostrado. Só resta saber, com todos os personagens envolvidos nesse tabuleiro de xadrez, quem está do “lado Negro da Força”. Por enquanto, só me resta lamentar, com algumas gotas turbinadas de Floral, para dar continuidade ao stress nosso de cada dia da vida moderna.
Ufa! Enfim nasceu o primeiro texto do blog em 2016.

Obs: a pauta deste texto continua amanhã.