sábado, 2 de maio de 2009

The Bees-52´s

Não dá para negar: B-52´s sempre fará parte do meu TOP 5 de bandas da minha vida! Desde pequeno, fui pego pela sonoridade e visual surreal dessa banda de Athens, Geórgia. E o show teve um sabor de revival em vários aspectos.
Fui assistir com Betina – amiga de longa data – e com uma amiga que tinha perdido o contato - ela é famosa pelo seu blog na rede. Nos encontramos na casa de Betina. Estávamos todas vestidas a la new wave para comemorarmos nosso encontro em grande estilo.
Na chegada ao Credicar Hall, um choque: pessoas carecas, mulheres que estavam vestidas, ou de butijão de gás, ou de papel de presente das lojas Marisa; maquiadas que nem travestis na 3ª. Idade; fora os maridos com aquela camisa listrada, calça social bege, com aquele cinto bem grande parecendo um cowboy made from Tabacow. É incrível o que a falta de informação não faz no estilo das pessoas. O que me deixou mais perplexo é que elas fazem parte da mesma faixa de idade que eu.

....bem, na verdade, são mais velhas....rarara...

Mas só abrindo um parentes: o visual da new wave foi marcado pela extravagância. E não pelo profundo mal gosto das pessoas que foram ver o show. Se mal gosto matasse, a Glorinha Calil teria um infarto fulminante...rarara
A propósito: Ana Maria Braga com certeza iria A-BA-FAR com seu visual por lá...rarara


Vocês não acham?? http://www.youtube.com/watch?v=AOIsPlSDX4I


Voltando ao show: entramos em grande estilo a La Sex ant the City. Prontas para o abate musical que viria a seguir.
O show começou por volta das 23 horas. Eu estava numa grande expectativa, pois com certeza cada música me traria uma grande recordação.
Quando eu os vi entrando no palco, fiquei em estado alfa! Não havia cenário, nem efeitos visuais. Se bem que as perucas de Cindy Wilson e Kate Pierson eram uma atração à parte que nem precisava de ajustes cenotécnicos para viabilização do show. A abertura foi com Pump, do último álbum, Funplex. O primeiro single desse novo trabalho - que dá nome ao álbum - vem em seguida.
Primeiro grande momento: Private Idaho. O Credicard Hall veio abaixo. E como eu pulei! Parecia aquele garotinho de 7 anos que simulava em sua cabeça um palco no meio da sala, jurando que era o Fred Schneider – ou a Cindy Wilson...rarara. Me veio também a imagem de meu primeiro contato com eles: o clipe de Legal Tender (que eles não tocaram na apresentação. Fazer o que, ninguém é perfeito) no Super Special, que passava na TV Bandeirantes.
E o frisson não parava: a batida neo-punk de Strobelight me gritar de tanta excitação. Ao meu lado, um casal de namorados, na faixa dos vinte anos, se aterrorizavam em nos ver dançar como se tivéssemos numa danceteria fazendo aqueles passos horríveis de new wave. Eu nem perdia meu tempo com os fedelhos. Aquele show era pra mim e pra todos da minha geração!
E eu gritei mesmo:
“Não gostou, bem??? Volta pro bueiro do Castelo Ra Tim Bum!!!”. Bando de lactantes!!!!”
E eu gritei mesmo!!!
Ihhhh...gritei!!!


Após a viagem hipnótica de Quiche Lorraine, o segundo bom momento do show: Kate e Cindy comandarm o palco, cantando Juliet of Spirits. E eu jurando que era Julian of Spirits.

Eu falava pra Betina: BEEEEE, é minha música!!!! Elas estão cantando pra mim!!!!
Como é foda ser babaca às vezes...

Betina era só alegria. E como ria das minhas performances....

Na sequencia, um mega hit: Roam. Outra imagem veio em minha mente: eu, no banheiro com uma imensa escova FIDALGA de minha mãe, no chuveiro, ouvindo o programa das mais pedidas no rádio. Roam sempre figurava entre as cinco primeiras.

E eu cantando lindoooooo no banheiro!!!
E minha mãe dando altos murros na porta pra eu sair de lá....rarara

Como ela gritava, Jesus...

Depois de Roam, Fred Schneider volta e aos berros grita: Surprise!!!!. Era o início de Party out of bounds. Deus Pai, aí eu infartei!
Me lembrei de toda minha família na colônia de férias de Bertioga. À noite, havia uma espécie de boate, onde o DJ tocava os principais hits da new wave: muito Devo (Ai, coisa boa!); Paralamas (Afff, cadê meu Lexotan?). E muuuuuuito B-52´s! Eu tinha nove anos de idade. E dançava feito louco. Parecia que eu tinha mal de Parkinson crônico, de tanto que eu tremia de tesão ao dançar os clássicos das new wave.
Meus pais não entendiam nada. Achavam que eu era louco, que eu não tinha salvação, que eu tinha vários distúrbios, que eles precisavam urgentemente me medicar! Mas eles também viam o quanto que aquele ambiente me fazia feliz. Nem foi preciso pegar um colete pra me prender...rarara!

O que me chamou a atenção foi a disposição deles no palco. O entrosamento deles, a qualidade sonora das vozes e dos instrumentos. E aquela nostalgia que lavou a alma de muitos marmanjos que estavam por lá.
No final, antes do bis, a divertida Love Shack. E tudo parecia uma festa de fim de ano. Vi ao meu redor a cara de satisfação das pessoas. Mas a gente queria era mais!
E o mais veio: Planet Claire – primeiro single da banda, de 1979.
Gente, nessa hora...como diz um amigo meu: “eu caramelizei a calcinha”....rarara!
E o final apoteótico de Rock Lobster!!
Não poderia ter sido melhor!!

Definitivamente: lavou minha alma!!!!!!