
Dei uma olhada na agenda e só
pepino para desenrolar. Me colei para resolver assuntos no banco. Passei na
lanchonete de Romero, na esquina da minha casa. Sempre muito cortês, educado.
Peguei um suco e um pão de queijo e saí correndo em direção ao subway. Mas continuava num estado
vegetativo. Acordar antes das 10h são só para os fortes. Porque eu acordei às
(risos) 12h30. Muito em slow motion,
ainda. Só conseguia pensar em uma coisa de cada vez. No vagão, lotado de
bípedes, não tinha como comer o breakfast.
E as portas do inferno abertas, de tanta gente feia ao redor. Pensava estar na
obra “As tentações de Santo Antão”, de Hyeronomius Bosch. Dêem um google, procurem esta obra e vcs saberão
o que estou querendo explicitar. (risos)

Para adentrar ao banco e chegar até Aleksandra - a assessora
do meu gerente, o Pergolo (sim, nome de vinho barato), tive que entrar naquele “tubo de ressonância” para me encontrar com a moça. Vontade de simular um ataque cardíaco e dizendo, aos berros, que tenho marca-passo, que tinha cometido um engano ao passar pela porta giratória, não falta (isso tudo passa pela minha cabeça, çim - pra me divertir um pouco). Nos
cumprimentamos e eu já fui direto aos dois assuntos que queria resolver. Meu
cartão foi clonado e, para minha infelicidade, durante meu período de férias.
Conversei com Aleksa apreensivo, pois precisaria dele para me
virar nas viagens. Como já tínhamos nos conhecido durante minhas férias, ela conseguiu deixar o cartão comigo usando
apenas o débito, apesar do cartão de crédito ter sido bloqueado pela Visa - para minha sorte, aliás. E o melhor, ela já tinha pedido um cartão novo. Foi só assinar um papel e metade de meus problemas já estava resolvido. A outra metade - e por isso minha ida novamente ao banco - foi uma compra indevida de algum
hacker mediano que conseguiu rastrear meu cartão e fez uma compra de mais de 1000 reais
nas Casas Bahia. Até pra roubar o
infeliz é simplório (risos). Aleksandra fez a contestação para a devolução do
dinheiro.

Com tudo solucionado, Aleksandra
quis me empurrar goela abaixo alguns planos de “investimento”. Mas eu estava
muito lento, sem paciência e pra piorar, ainda acordando. Ela começou a falar
de forma descompassada, parecia que tinha se jogado num “padê “(risos). Essas harpias de Vulcano
são espertas, foram adestradas para conseguir construir a narrativa, em uma
mesma frase e com muita agilidade de pensamento, os benefícios do plano; o
momento de questionamento, perguntando se
você entendeu - sem a mínima vontade de
te explicar do que se trata; e já emendam
com aquele sorriso de pin up: “é só
assinar nas duas vias” (risos). Começou querendo me vender um convênio para
compra de um carro, disse - com uma cara de bixa beeeem enjoada, que não me interessava. Ela me olhou, deu um
sorriso e começou a falar do convênio...do carro...de novo. Juro que se meu
olhar matasse, ela estaria um pó de mármore de desintegrada. Sutilmente brinquei e perguntei se ela estava
“colocada”. Como ela não conseguiu (risos) "decodificar" o que tinha perguntado, fui
educado e avisei-a desse deslize de não
prestar atenção ao me vender o mesmo plano duas vezes. De forma mais britânica. Quer dizer: agradeci as propostas,
disse que “iria pensar” e responderia por email. Deu um sorriso e nos despedimos. Mas
assim que virei as costas, ela deixou a letargia dela de lado e me gritou dizendo: “mas vc não tem meu email”! Quase que olhei para trás para acenar, dizendo: “então fale com a minha
mão”. Peguei minha bolsa e saí rapidamente em direção à avenida Paulista, para dar uma caminhada. E ouvindo Vaccines no talo.