É realmente duro voltar à vida
real depois de um período merecido de férias. E não tenho do que reclamar.
Tirei os 30 dias, além das horas que tinha para compensar. O resultado foi
desacelerar, despreocupar, me desligar por 42 dias. Me abster de rotinas, pessoas,
dar um tempo a mim mesmo em não ter que lidar com o processo contínuo da vida
decadente que temos. A cada dia que passa, tenho a sensação de ter menos tempo
para cuidar de mim. Nos impõem um tempo mínimo para respirar,
cuidar de nós, o que significa que férias é o mínimo prazer adquirido para
desfrutarmos. E o que me restou fazer, além de viajar, foi intercalar o roteiro
de viagem com um breve descanso pela Pauliceia. Nunca tinha ficado em São Paulo
durante minhas férias, mas confesso que foi prazeroso chegar ao ponto de ficar
na minha cama, ouvindo um disco, lendo um bom livro ou ficar sem fazer
absolutamente nada, bem Marília Gabriela. Sem saber de notícias, me desligar por completo. Mas isso ficou
na vontade porque na prática não conseguia deixar de acompanhar os rumos do
país e desse caótico mundo. Então eu decidi assistir a noticiários mais
manipuladores da informação: notícia relatada = credibilidade nenhuma. Quer dizer, funcionou pra mim como uma mera figuração. Ou aprendendo com eles a (risos) "nova teatralidade" proposta por Antunes Filho. isso foi
uma forma de desligar, não?
Fiz 3 viagens maravilhosas que
pretendo relatar aqui no blog (risos) doa a quem doer. Na verdade, seriam 4 mas
eu não contabilizo minha ida a Ribeirão Preto – cidade onde nasci, cresci e não
tenho saudade nenhuma. E olha que consegui sobreviver a 5 dias de calor intenso
e sem atrativo nenhum pra fazer. Consegui ver algumas amigas e levei minha mãe
ao cinema. Mas sobre isso eu conto depois.
Priorizei nas férias conhecer
lugares desconhecidos. Optei por Jalapão, em Tocantins e Chapada das Mesas, no
Maranhão. Mas queria incluir algum lugar na região Sul do país. Deixei o sul do país de nossos (risos) irmãos separatistas, de escanteio por anos. Decidi fazer um tour pelo Paraná, com paradas em
Curitiba, Morretes - num superestimado passeio de trem; Paranaguá – registrei fotos da bela arquitetura de uma das cidades mais antigas do país; e Ilha do Mel sem muita empolgação.Tem a sua beleza, claro, mas não me surprendeu.
Lugares de belas paisagens, preços razoáveis e um povo incrivelmente caricato (sim, isso é um sarcasmo). Preguiça inana
deles.
Os tocantinenses esbanjaram
simpatia. Os maranhenses agiam primeiramente de forma desconfiada, pareciam que
eles nunca tinham visto uma "mariposa do cerrado" (risos). Mas depois eles "relaxavam o
esfíncter". Nesse período todo conheci pessoas bonitas, equivocadas, burras,
insossas, limítrofes, interessantes, atraentes, preconceituosas, gostosas, que
de alguma forma, me ensinaram a entende-las e não julgá-las. Foi um exercício interessante de se fazer, mas que me fez despendiar muita energia (risos). Acho
que já fiz meu jejum para a Quaresma de 2018.