Despertei às 10h30, mas ainda com a sensação de cansaço.Tinha lavado roupa até às 2 da manhã. Levantei-me no susto, pois tive que me apressar.
Tinha uma reunião marcada ao meio dia. Liguei o som e coloquei um disco que já
estava no aparelho. Começou a tocar Sheryl Crow. Me lembrei que tinha colocado
o álbum na noite anterior e de Rogerio cantarolando a música "If it makes you
happy". Cantarolando tudo errado, diga-se de passagem.
Peguei o metrô e para minha grata surpresa, tinha um assento livre.
Sentei-me, esperei terminar de escutar no ipod uma obra linda de Verdi.
Desliguei para ler a saga da família Buendía. Quando o metrô parou na estação
Sé e seguiu em direção à zona leste, um menino com calça de abrigo da FMU parou
em minha frente. Deduzi que era estudante de educação física. O bom de se usar
óculos escuros é que você pode observar todos
sem deixar vestígios. Analisei o garoto: um belo conjunto, mas quando olhei
para seu rosto, pensei: “Deus benza”. Um autêntico camarão.
Passei no Engenhão para pegar um suco de laranja batido com gêlo no liquidificador e um pão de queijo. Tem um atendente que adora dar em cima de mim, mas eu não dou muita bola. Ele começou a falar
que estava muito frio e que o tempo estava perfeito para namorar. Eu concordei,
mas falei que estava sem pretendente. Ele aproveitou o toque que eu dei na
bola, para dar a cortada definitiva: disse que eu sou seletivo demais, que eu
escolho muito. Não deixei por menos: comecei a dar atenção ao outro atendente
que não sei o nome, mas nasceu na Paraíba, e que ele detesta.
Depois da reunião, fui dar uma olhada nas notícias. Fúteis, de
preferência. Li que a Luciana Gimenez –
a ex fêmea babilônica de Mick Jagger, estava mediando (oi?) uma conversa com
alguns líderes religiosos para falar sobre tolerância religiosa e desmaiou em
pleno programa ao vivo. Despacharam um belo ebó nela, isso sim. Fui almoçar com
Sidênia. Novamente na Margô para tomar um café, vi várias revistas Caras e me
reparei com a capa de uma edição, sobre a alegria de Susana Vieira em celebrar
o casamento do filho em alto mar. Adoraria que ela me convidasse. Para poder
afoga-la.
Mais whatsaaps para responder. Flavia, uma amiga muito querida de
Ribeirão me mandou um vídeo, mas a conexão estava muito ruim. Igor avisou que
daria uma passada em
casa. Fiquei com uma certa preguiça, mas acabei combinando às
21h30. Faz tempo que não o vejo, é verdade. Espero que ele não me canse e não
transforme sua ida em casa a uma sessão de terapia. Recebi um e-mail
confirmando o roteiro de minha segunda viagem de férias. Respirei aliviado,
pois fechei com uma relação custo benefício bem bacana.
Fui tomar um lanche com Jessé, um colega de trabalho, editor, no Sesc
Belenzinho. Divagamos sobre o peso da idade, mas preferi tirar o drama na
conversa. Falamos sobre o processo de maturidade natural que todos nós, que já
passamos dos 30, adquirimos. Falei sobre a ajuda que o floral me dava para
segurar meu lado tempestuoso. Ele concordou e perguntou a quantidade de thc que eu coloquei no meu floral. Ri
muito.
Saímos do trabalho, em direção ao metrô, Juci, Helô e eu. Helô me perguntou
se eu queria ir ao cinema, ver o novo X-Men. Declinei do convite, dizendo que tinha
um...”date” (risos). Cheguei em
casa. Ao pegar o elevador encontrei, pela terceira vez em
uma semana, com um vizinho meu que anda sempre de termo. Deve ter por volta de
27 anos. Brinquei com ele, falando que ele estava me perseguindo. Foi super
simpático e retribuiu dizendo que ele sempre fica me esperando na esquina, pra
entrarmos juntos. Assim que saí do mundo de Alice e voltei para a Terra, vi que
ele carregava a sacola de um supermercado bem vagabundo. A imagem é, sem dúvida,
a primeira impressão que fica.
Vi um recado de Igor, pelo
whatsapp, avisando que não viria. Estava garoando muito na região onde ele
mora. Fiquei puto e mandei um recado malcriado. Afinal de contas, eu abri mão
de ver X-Men.
Coloquei uma música clássica para relaxar – O Imperador, de Beethoven.
Fiquei espiando o mundo pela porta da minha sacada. Olhei para uma imagem de
Jesus Misericordioso que tenho e num devaneio disse: bem que Você falou que
iria trazer a espada. E isso está na Bíblia. Acabei vendo o vídeo que a Flavia
me mandou. Eu gostei, mas achei um pouco (risos) malvado. Elcimar passou em casa. Vi Pé na Cova e
me impressionei com a bela escada que o texto do Miguel provoca no trabalho de
um ator como Diogo Vilela. Foi um acerto. Só achei uma pena o tom piegas que
Miguel vem se utilizando para criar um desfecho do episódio. E “Alone again” pra coroar
o final dessa trama. Nada mais italiano. Uma bela bola fora.