Ah, Inhotim. Conhecer um lugar como esse me faz ter uma
pontinha de esperança na evolução da espécie humana. E olha que não está nada
fácil acreditar na humanidade, ultimamente. Há tempos nutria vontade de
desbravar esse centro cultural a céu aberto. Sempre protelei por várias
justificativas furadas e de repente, num bom susto, já estava com a mochila
pronta para encontrar, a meu ver, o pulmão de Deus. Para eu escrever a
respeito, uma inspiração de peso, para absorver novamente, mesmo que
mentalmente, a atmosfera do lugar.
Com a quantidade de feriados no mês de abril, Inhotim
foi minha primeira opção, afinal, já estava mais do que na hora de botar o pé
em Minas. Não viajava há tempos por lá. Pra ajudar, as passagens aéreas estavam
em promoção. Numa conversa que tive com Juçara pelo telefone, comentei que
estava a fim de ir e ela perguntou se eu não queria companhia, pois ela também
queria viajar e conhecer. Grata e boa surpresa. Ela foi uma ótima companhia.
Tínhamos duas opções de viagem: poderíamos ficar em Belo
Horizonte para aproveitar o fervo da cidade à noite para curtir Inhotim durante
o dia. Só que não. Se eu optasse em ficar em BH, com certeza a gente não teria
energia para ir a Inhotim. Preferi então entrar no clima bucólico da pacata
cidade de Brumadinho, me alojar por lá e focar apenas no roteiro cultural.
Sábia decisão conjunta.
Dei uma olhada dinâmica - o tempo estava me pressionando
a fechar logo todo o kit viagem, nas pousadas, mas nada muito animador. Depois
de uma pesquisa mais profunda, escolhi uma pousada que fica fora da cidade.
Para garantir uma relativa segurança, fechei um receptivo incluindo traslado do
aeroporto para Brumadinho, mais ingressos para Inhotim e traslado até o parque.
Com tudo fechado, só me restou apaziguar minha ansiedade para o feriado de
Páscoa chegar. E eu nem imaginava o quanto a viagem fosse render bons frutos. (continua)