
Como estava empolgado com a viagem a Inhotim. Me
colei e fui em direção ao metrô. Com tantas obras grotescas surreais em minha
volta dentro do vagão, meu Ipod abençoado me presenteou com uma relíquia digna
de tocar o céu. O grotesco deu lugar ao sublime.
Me encontrei com Juçara no metrô Tatuapé, para pegarmos
o ônibus para Cumbica. Para quem não sabe, sai ônibus do metrô Tatuapé para o aeroporto
de Guarulhos e você paga R$5,15. Nada mais oportuno pra quem quer economizar o
dinheiro para o táxi. Assim que o ônibus entrou em Cumbica, ele parou numa ala
nova do aeroporto. Ficamos na dúvida se descíamos ali ou não, afinal ficamos
tagarelando o tempo todo no ônibus. Vi um ônibus da empresa Azul e deduzi que
deveríamos descer lá mesmo. Sorte a nossa.
Fizemos o check-in e fomos tomar um café. Liguei para
minha irmã para avisá-la que (risos) caso o avião caísse ela seria a primeira a
ser avisada. Voar sempre me causa uma sensação estranha, odeio quando ele
decola, me sinto seguro quando está no ar e chego a suar as mãos quando ele vai
aterrissar. Pra burlar a situação levei na mochila Schopenhauer e Clarice
Lispector, caso eu precisasse de uma sessão de eletrochoque durante o vôo
(risos). Quando o avião decolou, Juçara parecia um lindo erê, animada com a
viagem e com o que nos aguardava por lá. E foi ela a responsável pelo primeiro
grande momento da viagem. Eu já estava imerso na leitura quando ela exclamou radiante
a vista do lado de fora. Quando ela me chamou, demorou muito para eu sair do
“mundo-interior-de-dentro-de-mim-mesmo”. Mas quando eu dei atenção a ela e
olhei a vista do lado de fora do avião, eu me arrepiei de emoção com a a paisagem linda que nos cercava.
