quinta-feira, 28 de julho de 2016




São Miguel dos Milagres – Praia do Toque. Que sensação boa ao colocar os pés nas águas da Praia do Toque. Branda, cristalina. Tinha me esquecido do quanto o litoral alagoano é uma relíquia. Fui entrando na praia, até ficar revestido com o manto do mar em meu peito. E quis, sim fazer a linha Isadora Ribeiro (risos) dando altos mergulhos, como se estivesse sendo fotografada para o clipe da Garota do Fantástico. Meu processo de desaceleração foi realmente ao entrar nesse mar azul esmeralda. Não sei o por quê, mas de repente passou por mim a música “Nem um Toque”, da Rosana, em minha mente.


Soltinho no mar, pra lá do Mundo de Alice, quando avisto três frangas com uma prancha enorme entrando na orla. Uma delas resolveu “ensinar” as outras duas a surfar. Sempre tem que ter uma pavoa no meio da turma, não é mesmo?. Quando ela , aos poucos, resolveu entrar na prancha, primeiro ajoelhada e levantando devagar para tentar pegar o equilíbrio, as (risos) perninhas delas começaram a estremecer. E aí veio uma musiquinha na minha cabeça. Quer dizer, o Hino Nacional Brasileiro como música incidental, compondo minha mente permissiva, enquanto aproveitava o embalo da música do hino e cantava: ”Tomara que caia, tomara que caia, tomara que caiaaaaa” (risos). Mas com aquele sol escandaloso, decidi não sabotá-la mentalmente e desencanei de observar as rachas. Continuei nadando, observando o lugar, o entorno, as pessoas. Por um instante até pensei que o ser humano  ainda tem salvação. Mas foi um breve momento de devaneio. Voltei à Terra para pegar um bronze. Assim que cheguei em direção das meninas, a esportista estava feliz de estar firme na prancha e gritava para as colegas a façanha que tinha tido. Pena uma onda bater sem querer na prancha e a dileta menina cair de bunda na água. Pelo jeito, Iemanjá não estava a fim de dividir o brilho dela com ninguém (risos).

Assim que saí do mar, Brenno me aguardava ao lado do meu guarda sol. E olha a grata surpresa inusitada do dia.: estava com uma água de côco gelada, me aguardando chegar da praia. Lógico que eu iria pagar, mas  é sempre bom fantasiar uma cena romântica, não acham? Aí reparei os traços lindos que ele tem. Feições de um belo guapo do Oriente Médio com aquela rustidez peculiar de um bom macho nordestino. Batemos um longo papo, mas ele teve que atender os hospedes do hotel. Bonito, charmoso, simpático e gayfriendly. Não é pra casar?


Fui folheando a revista Superinteressante, que  trazia em sua matéria de capa o assunto Smart Food, o guia inteligente de cozinha. Antes fui ler uma reportagem sobre a dura jornada de um sanduíche em seu organismo. Confesso que desanimei em ficar comendo um saboroso cheese bacon, depois do processo desgastante de digestão dele. Tinha também uma matéria sobre pratos feitos com insetos. Quase que a água de côco não desceu essa hora. Mas o que me chamou a atenção foi o assunto dieta. Num determinado momento da matéria, que focava o excesso de comida que ingerimos, não para saciar nosso apetite, mas por uma simples questão de consumir e eu fazendo aquela cara de conteúdo, concordando com a opinião do jornalista, veio aquele chá de realidade, quando a reportagem nos dá um pé no freio e nos alerta sobre as expectativas, dizendo que não dá para ser a Fernanda Lima quando o espelho sempre mostrou uma (risos) silhueta de Preta Gil. Parei nesse exato momento, para fazer um breve flash do meu corpo, com uma barriga com uma pseudo esquistossomose e me entristeceu um pouco. Mas confesso que depois que vi ao meu redor as mulheres cheias de celulite e gordura daquelas que dá pra fazer toucinho na banha frita, olhei para o céu e agradeci imensamente a Deus. Por fazer a minha autoestima voltar (risos).