terça-feira, 1 de dezembro de 2015


Fiquei me espreguiçando na cama para fazer um breve balanço e no final da minha avaliação, achei o finde insatisfatório. Talvez por isso tenha acordado num tremendo mal humor. E na falta de inspiração para trabalhar. Coloquei um som bem sugestivo ao meu humor, no desejo que a semana passe logo.



Da estação Belém e uma passada rápida até o Engenhão para pegar um suco e um pão de queijo. Quando chego na porta de entrada da TV, dou de cara com meu gerente. E eu estava (risos) bem atrasado. Nos falamos rapidamente, pois estava indo a uma reunião. Chegando ao setor, olho rapidamente os e-mails enquanto degusto meu café da manhã rápido. E sem manter contato algum com a equipe (risos). Aí você pensa que é ideal que você mude seu humor e decide ir tomar um chá, mas desiste da idéia  quando a única opção que se tem na caixinha do chá é “mate” (risos). Mas isso mudou (um pouco) meu humor.



Aproveitei o almoço para fazer uma caminhada até o Shopping Tatuapé, escutando The Vaccines até o talo. Uma pena a região não ter um belo visual para contemplar. Apenas prédios com aquela arquitetura de gosto sofrível. Tive que comprar uns presentes para ajudar crianças carentes em um evento beneficiente que acontecerá em dezembro. Por causa da “ajuda de custo pra pobre” do Black Friday, o shopping estava abarrotado de gente. Fila pra tudo que é lugar. Era aterrorizante ver as pessoas correndo como se fizessem parte de um comboio de gado, se empurrando, gritando uns com os outros, sem o mínimo de generosidade. Passei rapidamente nas lojas Havaianas, comprei os presentes e fui correndo almoçar. Acabei indo comer  num restaurante mineiro que tem no piso subsolo do shopping. Era a única opção, já que a praça de alimentação estava em clima de “cidade-satélite de Brasília” (risos). Um horror só.


Durante o segundo round, de volta ao trabalho, leio uma notícia que me deixou profundamente triste, o assassinato de cinco jovens por PMS, no Rio de Janeiro. Eles estavam saindo para comer um lanche, para comemorar o primeiro pagamento de um deles. Fiquei chocado ao ver a imagem do carro todo fuzilado (foram 50 tiros) e os cinco mortos dentro do carro. E a cada dia me sinto mais desolado pela forma bárbara que as pessoas são tratadas. O que me deixa mais indignado é de ver a postura de nossos governantes se eximindo da responsabilidade pela má atuação, neste caso, da polícia militar. É essa atitude tomada por Pezão, no Rio; pelo “czar” Alckmin e sua forma truculenta de não se abrir para diálogos ou negociação e querer impor sua vontade de maneira repressora, através da (também) polícia militar, frente aos estudantes que estão reinvidicando o direito a melhoria na educação; e nossa “Jezebel pós-modern” – vulgo Dilma, tirando o corpo fora em plena Conferência do Clima, da responsabilidade sobre a catástrofe que se abateu no rio Doce. É pra se ter bom humor hoje?



Meu gerente chamou a mim e minha chefe para avaliarmos um material gravado com Adélia Prado. Foi de certa forma, um prozac intelectual necessário para abstrair um pouco a tensão que estava no momento.  Ela comentava sobre seu livro “Miserere” e em certo momento da entrevista, ela citou um livro de Jean Baudrillard que ela leu, chamado “A transparência do mal”. Adélia relata que o livro, num tom de presságio, já chamava a tenção por um momento de clareza, que muita podridão seria expurgada aos olhos de todos, mas que o mal seria mostrado de forma tão transparente, a ponto de nós não termos mais a capacidade da percepção de distinguir o mal. Aí não consegui me concentrar mais, pois me veio à tona os assuntos já mencionados acima neste texto.  É pra se ter esperança?



Fim de expediente, peguei o subway até chegar em casa. Olhei rapidamente meu whats, com várias mensagens. Jorge deixou um recado de sua festa de aniversário, mas realmente não tinha condições psicológicas de me divertir. Coloquei minha roupa de ginástica e fui para aula de Pilates. Saí todo doído, mas valeu a pena. Assim que a aula terminou, peguei o elevador e desci para sair do prédio. Me atentei a um folheto de avisos, desses que os síndicos adoram fazer para otimizar o tempo de trabalho deles, com um nome que atiçou a minha curiosidade e que estava no centro do folheto para chamar a atenção: Ética Imobiliária (risos). E é pra se ter bom humor?