quinta-feira, 13 de novembro de 2014



No balanço do que foi o final de semana, concluí que o roteiro cultural valeu a pena, mesmo com algumas atividades culturais aquém do esperado. Hans Hartung realmente fez diferença. Em conversa com Claudia, por telefone, no último domingo, enquanto passava as impressões que tinha tido da exposição no CCBB, me veio a cena do meu pai, junto comigo, vendo a obra de Hartung. Eu realmente não sei bem o por quê dessa visão em minha mente no momento que fazia um tricô com Clau. Mas fiquei imaginando a reação do meu pai em ver as pinturas, ao meu lado. Eu ali, imerso em seus quadros e ele ali, apenas observando, para depois perguntar de forma ingênua “o que eu vi de tão interessante nesses rabiscos” (risos). Passado o insight momentâneo, comentei com ela que o Fred Sun Walk fará shows com seus irmãos em Ribeirão Preto (caso não o conheça,   acesse o site dele e descubra o quão talentoso ele é: http://www.fredsunwalk.com/). Eles tocam blues. Ficamos em processo de ovulação, ao comentarmos a foto de divulgação do show. Depois de ficarmos falando de forma beeem calorosa sobre blues e paus, perguntei se ela queria mudar a pauta (risos). Combinamos de ver duas exposições do Guilhermo Kuitca, ir dançar no Milo e ver duas peças inspiradas na obra de Dostoiévski. Viva a praticidade do falo!


Como é bom ter uma quarta-feira pra gente se deleitar. Eu gosto. Dá a impressão de ser um divisor de águas. Como se estivesse anunciando, ao som das trombetas, que o final de semana está a chegar. E foi o dia em que Regina, minha diarista, fez a limpeza da casa. É tão bom chegar com esse sentimento de prelúdio de fim de semana, em minha casa, totalmente limpa e cheirosa. Ela é uma figura. Fala muito. Fala demais (risos). No momento que ela pisa no meu apê, ela aperta o play e não para mais. Imagina pra quem acaba de acordar e que precisa de pelo menos 30 minutos para se preparar a ter contato com o mundo e a raça humana. Aí eu tenho que, gentilmente, apertar o pause e o stop para ela calar a boca. Semana passada ela me pediu humildemente se eu não poderia pagá-la semanalmente, justificando que ela já queria ir comprando os presentes de natal para a família. E antes que me apedrejem, só para constatar, eu pago quinzenalmente a pedido dela. Fiquei num dilema, mas rapidamente disse que não teria problemas. Na verdade, problemas eu teria, pois estava pensando em dispensá-la. Quer dizer, eu a chamaria quinzenalmente. Mas estragar o natal da diarista cortou meu coração. Melhor pra mim. Assim eu garanto meu latifúndio no céu (risos)
 Não vi o jogo do São Paulo ontem. Homero foi me visitar. Fazia tempo que eu não o via. Ele se desculpou dizendo que teve uns problemas de saúde. Cauterizou o pinto. Fiquei me questionando se deveria perguntar o motivo, afinal de contas ele não foi me visitar para fazer “vitrine viva” (risos).  Perguntei e ele me respondeu. Senti que ele não falou a verdade. Whatever. Durante a semana, o tempo não só existe, como ele precisa ser cronometrado para não se perder tempo. Depois do atendimento vespusiano que tive, ele me deu a mão como a Minerva benigna de Fénelon, me conduziu até o sofá e foi embora. Fiquei por lá até altas horas, sem força pra levantar, lendo Freud e A era dos extremos, de Eric Hobsbawn, sem parar. Viva a praticidade do falo!