quinta-feira, 6 de novembro de 2014



Saí exausto ontem do trabalho, mas com pique de fazer um tricô com Raquel. Já tinha um bom tempo que não a via. Nos encontramos no prédio onde moramos e decidimos caminhar até a Iracema, uma padoca que fica na Avenida Angélica. O tempo estava propício para uma caminhada. Estávamos entrando na rua Barão de Tatuí, para fazer um atalho até a padoca e eu me lembrei de um restaurante judaico que estou, ou melhor, estava doido para apreciar. Para minha surpresa, quando passamos em frente, li um totem que dizia em letras bem garrafais: Hoje, rodízio de sushi (risos).   E a tradição, onde é que fica? Nunca vi um restaurante em crise de identidade. A vontade de degustar a comida deles passou como um feixe de vento.

Chegamos na padoca, fomos nos alojar no andar de cima. Estava mais vazio e assim, mais agradável pra gente conversar. Não suporto pessoas em volta falando num tom mais estridente. Sentou um casal na nossa frente. O bofe ficou me olhando, já que eu estava de frente, com vista para eles. Se eu fosse mais jovem, eu não perderia tempo, mas, como estou numa fase “jovem senhor de idade”, fiz a linha Kátia total: não estou vendo nada (risos)

O papo rendeu: trabalho, ressaca pós eleição, amores. Na verdade, acho que mais ouvi do que falei. Comi um lanche com uma coca cola, algo que eu não fazia há um bom tempo. Fiquei com dor na consciência depois. Quando descemos para pagar a conta, uma fila imensa e duas atendentes de caixa para dar conta. Atendentes de caixas lerdas, só para registrar. Pra ajudar o tempo passar, entrou uma senhora com seu filho. Naquele ato reflexo de Murphy, nossos olhares se entrecruzaram. Quando a encarei, não contive o riso. Ela (risos) era vesga. Ela ficou me encarando, com aquela cara de semente de bucha seca. Pra ajudar, me veio todos os monstros de filmes japoneses que adorava assistir quando adolescente - na linha Jaspion, Spectreman e apareceram todos os tipos de monstros...com um olho só. Rezei tanto o Padre Nosso para afastar essas lembranças da minha cabeça! Pelo menos a reza fez a vesga sumir num piscar de olhos.

Cheguei em casa, tomei uma ducha e fiquei escutando o barulho dos bares próximos do condomínio. Não me atentei que estava tendo jogo. Liguei a tv para acalmar o cérebro, mas foi por pouco tempo. Era jogo do São Paulo. Sim, é o time que eu torço. E que jogo! Ontem eu vi um time que jogou com muita raça, com jinga, algo raro de se ver nos jogos de hoje. Mas aí minha calma sumiu, o jogo me deixou tenso. Sobrou para Freud e Raul Pompeia suavizar minha tensão. Até às duas da manhã.