segunda-feira, 3 de novembro de 2014


Nunca pensei que a ressaca da eleição pudesse deixar as pessoas tão fora de si. A pauta? O episódio deprimente que aconteceu no último sábado, onde um bando de pessoas puxadas no vinagre foram para a avenida Paulista pedir, além do impeachment da Vilma, uma intervenção militar. É fato que na minha época escolar, não tínhamos consciência do que foi a ditadura no país. Infelizmente, os professores omitiam tal informação. Sabíamos apenas que éramos um país de 3º Mundo, que existiam os países desenvolvidos e sub-desenvolvidos (olha a gente aqui de novo), além da divisão política ser, na era da Guerra Fria, dividida entre os capitalistas - chefiados pelos EUA e os socialistas, pela ex-URSS, atual Rússia. Em resumo, éramos catequisados com a informação que os EUA são “boa gente”, enquanto a URSS e seus aliados o “eixo do mal”. E sem margem para questionamentos. Era uma sessão de pura lobotomia. E confesso ficar aliviado de termos hoje algo que nunca existiu (e nem vai existir) num regime ditatorial: a democracia e a liberdade de expressão. Esse bando de gente exausta precisa arrumar uma ocupação com urgência. Estudar, por exemplo.


E falando em fora de si, recebi com surpresa uma notícia que deu o que falar semana passada. Aquela menina que arquitetou o assassinato dos pais, a Suzanne Richtoffen, decidiu agora amassar um Bombril com outra presidiária, que esquartejou o marido. Não daria um ótimo roteiro para um episódio da série “Orange is the new black”? Aí pensei: pra que assistir Annabelle? (risos) Temos um conto de horror em tempo real.


A TV paga está agonizando. A programação dos canais está em processo contínuo. Só programação repetida. Vou me concentrar em fazer minhas leituras durante a semana. Fiquei felicíssimo em comprar Os Sermões, do padre Antônio Vieira. Aí pensei em ler um livro pra cada dia da semana, mesmo já tendo a leve impressão que essa dinâmica não vai funcionar muito. Na lista, estão A Era dos Extremos, do Eric Hobsbawn; Moisés e a religião monoteísta, do Freud; Confissões, de Santo Agostinho e a parte 1 dos Sermões. Me lembrei que uma colega que conheci no Atacama achou “denso demais” as escolhas que fiz pra ler. Acho que vou contrabalancear com algum clássico da literatura brasileira. O Ateneu, do Raul Pompeia, por exemplo. E as poesias de Adélia Prado. Será que eu chego?