sexta-feira, 31 de outubro de 2014



Metrô, a dor e a delícia de ser o que é. Você entra no vagão, vê todo mundo a sua volta e ao mesmo tempo, não vê ninguém. Todos conectados com o seu “mundo interior”. Fico aliviado quando encontro pessoas sentadas, lendo um bom livro (ou não), em vez de ficarem escravizadas com seus celulares. Estou em pé, lendo “Diários de Andy Warhol” e percebo uma criança na faixa dos seus 5 anos, hipnotizado pela minha mochila. Ele estava olhando os bottoms que coloquei em minha bolsa. Assim que consegui um lugar para me sentar, sorri e comecei a estabelecer uma conexão com ele. Mostrei mais de perto a mochila. Ele olhou para um dos bottoms e me perguntou “quem era o senhor sério, de óculos”. Quando ele apontou para a imagem de Freud, disse que era “meu avô”. Me perguntou se ainda estava vivo, pois parecia um fantasma (risos). Ele olhou para o bottom do Bowie, fez uma cara de estranhamento e me questionou se o Bowie era meu pai (risos). Ele deve ter feito a associação do Bowie com o óculos modesto que eu estava usando, vermelho, a la Bono Vox. Imaginem o óculos do Bono. Agora imaginem o óculos em uma versão beeeeeem mais veada do que o Bono usa (risos). Eu já tinha observado a cara de vegetariano incolor do menino olhando para mim, no momento em que entrei no metrô. Criança nessa fase tem uma espontaneidade impressionante.



Saindo da estação Belém, uma colega me ligou desesperada. Disse, com uma voz pseudo embargada que está produzindo um evento, que eu nem me lembro qual é. Pelo que me recordo, é uma festa sobre algo, com celebridades do mundo televisivo. Estava preocupada, pois muitos ainda não tinham confirmado presença. Bem, eu nem quis perguntar quem eram as tais celebridades. Tive medo do que iria ouvir. Mas pelo que ela falou por cima, a fauna estava bem representada (risos). Como ela estava dramatizando muito e eu queria cortar logo o cordão umbilical da conversa, disse para ela não se preocupar. Caso ela precisasse de um suporte, sugeri para ela contactar a Preta Gil. A melhor coadjuvante de celebridade de figuração que conheço. Só serve para preencher espaço.


Nesses gracejos que a gente recebe pra colorir o dia, um querido colega me enviou um vídeo, lembrando de uma conversa que tivemos dias atrás. Tinha comentado que estava escutando muita música dos anos 70. Aí ele me manda um vídeo da Vanusa cantando Evita. O visual dela estava sofrível, parecia que ela estava vestida de saco de guardar defunto do IML (risos). Mas sabe o que me deixou mais surpreso? Ela cantou sem teleprompter! (risos). Adoro sacanagem maquiada.

Ah, e vegetarianos: me perdoem pela redundância usada no texto (risos).