domingo, 20 de setembro de 2015


Com a ansiedade comendo minha alma pelas beiradas, me despedi de Lucas, minha mais nova aquisição de P.A e dei uma checada no meu whatsapp. Tinha uma mensagem de Paulo, o taxista que tinha fechado o traslado até o aeroporto de Cumbica (quer saber quem são os moçoilos? Dê uma olhada no texto de ontem. Se joga, Ariclê: http://omundodelira.blogspot.com.br/2015/09/tudopronto-para-viagem-rumo-ao-litoral.html ). Ele gravou uma mensagem de voz. E que voz. Quis confirmar o horário para me pegar e darmos início na viagem. Fiquei aguardando Juçara me ligar de seu celular. Sim, depois de várias reencarnações, Ju sucumbiu, até que enfim, a ter um celular. Sua filha Sofia e eu ficamos no seu pé para ter um aparelho e Sofia – a quem eu gentilmente chamo de “estagiária dos doutorandos” (risos), emprestou o seu para Juçara se desfrutar. Como ela não tinha ligado, confirmei o horário com Paulo, mas nem atrevi a gravar mensagem gravada. Ainda mais com essa voz de travesti de terreiro que tenho (risos).

Estava ansioso e decidi ficar pra lá do Mundo de Alice para aguardar o taxista. Me colei e fiquei aguardando ele chegar. Foi pontual. Me avisou que já estava em frente a meu prédio. Desci com uma pequena mala e uma mochila, até porque precisava levar o mínimo possível de coisas, para não ter que me esforçar fisicamente. Recomendações médicas de Dr. Iron que terei que seguir à risca na viagem.

Saí do prédio, dei um tchau para David, o porteiro de meu prédio e me encontrei, até que enfim, com Paulo. Como sempre, super educado. Pegou minhas malas e colocou no porta mala de seu táxi. Pronto: a viagem, de fato, começava naquele momento.



Fomos conversando durante o trajeto para pegar Juçara. No caminho, falei para ele sobre a primeira vez que peguei uma corrida com ele. E ele se lembrou. E eu fiquei feliz e comecei a falar que nem maritaca, dizendo até que no dia que eu o conheci, resolvi arriscar um taxista no aplicativo da 99 Táxis. Tentei contactar dois, mas como eles eram (risos) monstruosos na foto, resolvi arriscar a pegar na rua. E bingo: meu jovem Rasputin apareceu.

Entramos na região do Brás e nos perdemos para buscar Juçara. Ele me perguntou novamente o endereço dela, eu passei e ele jogou no aplicativo do seu celular, que deu a informação que Juçara morava no Belém e não no Brás. Fiquei apreensivo, pois sou péssimo em geografia e achava que o Belém ficava bem longe. Depois de “quebrar a esquerda” por duas vezes, Paulo conseguiu achar o prédio que Ju morava. No momento que chegamos, Juçara apareceu na sacada de seu apartamento e sinalizou que estava descendo. Ela desceu, foi ajudada por Paulo a colocar sua bagagem e entrou no carro. Pronta para abafar. Começamos a tagarelar muito, fazendo o que mais gostamos de fazer: falar mal de pessoas vãs (risos). Ela já queria saber de uma história que sabia sobre um “quem come quem”, mas fiz de difícil pois não queria que Paulo ouvisse. Mentira!  Fiz charme para ele ouvir, sim. E ele se divertiu muuuuuito com a conversa. 

Chegamos prontamente às 3h30 em Cumbica. Foi muito rápido e chegamos super adiantados. Paguei a corrida (Táxi: R$130) e me despedi de meu doce Rasputin. Paulo realmente é uma joia rara, porque além de tudo que falei a seu respeito, esqueci de mencionar o rapaz educado de coração generoso que ele possui. Combinamos de nos falar para ele nos buscar na volta da viagem. Mas até lá, muito chão vai ser percorrido.



Entramos para fazer o check in na TAM. Fiquei na neura se despacharia minha bagagem. Encontrei um funcionário da empresa com uma cara horrível de castor com rubéola. Perguntei a ele o que deveria fazer e ele foi ótimo em ter a iniciativa de pegar minha mala e levar para pesar. Foi super rápido. Mas ele me informou que eu deveria sim despachar, pois a mala estava com 8kg . Fiz o check in e despachei a bagagem. Depois fui com Juçara na Pizza Hut, pois estava com vontade de comer uma pizza. Comemos, conversamos, tomamos um café para dar uma despertada. Quando entramos na entrada de acesso aos portões para pegar o vôo, ficamos numa fila que virou duas filas e não entendemos nada. Um bando de gente feia, com cara de refugiados, ficou num lado e nós do outro. Aí tinha (risos) uma segurança que parecia que estava num frigorífico, jogando as pessoas num abatedouro. “Vai, passa logo, fila 1! NÃO, ainda não te chamei! Fila 2. VAMOS,  rápido!” (risos). E eu não estava sonhando. Mas fiquei entretido com um moço que estava atrás de mim. Uma graça de pessoa marrenta. Me lembrei na hora do goleiro Bruno.



Entramos no avião, pegamos nossos acentos. O marrento ficou atrás da gente. Mas nem dei tanta bola. O vôo saiu pontualmente às 5h45. E eu apaguei. Dormi o tempo inteiro no avião. Nem tomei o café horrendo que servem no trajeto. Fiquei na janela, pois é menos pior para dormir, dá para se encostar na janelinha. Mas é desumano o tamanho do assento dos vôos, ainda mais de um vôo que vai direto a Belém.  Durante a viagem, acordei apenas duas vezes, mas pelo mesmo motivo: um cheiro de flatulência horroroso. Na segunda vez, não me fiz de rogado e dei uma olhada atrás e vi que o menino marrento era responsável pelo pum apocalíptico. Quer dizer, o que será que ele resolveu comer antes de viajar? Chouriço com ovos?

Para minha alegria, o avião da TAM chegou 30 minutos adiantado. Segundo o comandante do vôo, o tempo em Belém estava quente, com nuvens. Saímos rápido do avião, mas demorei para  pegar minha mala. Nada que fizesse tirar nosso bom humor, mesmo sem dormir. Pensei num breve insight uma frase parafraseada por minha professora de filosofia Carmem Gameiro, nos áureos tempos de minha faculdade: o tempo não existe. Pronto. Nosso lema já estava traçado, em direção a Algodoal.