Babilônia
está na reta final e decidi dar uma olhada num momento clímax da trama. Achava
que a morte de Murilo iria causar uma comoção nas redes sociais, mas achei tudo
muito morto. Pelo jeito, essa novela não vai deixar saudades. Eu acho uma pena
porque Gilberto Braga é sinônimo de trama bem feita, bem costurada. Seus
ardilosos vilões sempre caem no gosto do público. Foi assim com Laura, de
Celebridade; Felipe Barreto, de O Dono do Mundo; Olavo de Paraíso Tropical; Léo, da fraca Insensato Coração e,
claro, Maria de Fátima, de Vale Tudo. Seu roteiro sofisticado sempre deixou as
pessoas resistentes a princípio, o que acho de certa forma, sadio. Mas no
final, Braga conseguia conquistar a atenção e o reconhecimento do
telespectador. É bom lembrar que foi com ele que aprendemos a jogar nas rodas
de conversas de amigos o assunto “quem matou”. É uma de suas marcas
registradas. Até hoje, todos se lembram do quem matou mais célebre da
teledramaturgia brasileira: quem matou Odete Roitman?
Pelo
que senti no capítulo de hoje, foi tudo muito jogado às pressas. Estranhei a
agilidade excessiva da cena, pois Braga trata com muito cuidado esses momento
clímax noir. Foi tudo muito rápido no
capítulo de hoje. Me lembrei ontem durante o almoço com Jô e Padilha sobre a
reta final da trama. Mesmo com o suspense instaurado, ninguém esboçou em acompanhar o restante dessa atrapalhada soap opera. Mas devo reconhecer que
Bruno Gagliasso é um dos melhores atores, junto com Cauã Reymod, de sua
geração. Conseguiu tirar leite em pedra com esse personagem que estava fadado,
após sucessivas mudanças no roteiro por causa da rejeição do público, a cair no
esquecimento. E conseguiu a proeza de roubar a cena e carregar como piano boa
parte da novela. Mérito do diretor – Denis Carvalho, de Braga e muito mérito de
Bruno. Conseguir se sobressair diante de uma Glória Pires e uma Adriana
Esteves, é pra poucos.
Aproveitei
que falávamos de TV aberta – já que não tenho assistido praticamente nada e
perguntei a Jô e Padilha se eles assistiram aquele programa “quero ressuscitar
a Família Dó-Ré-Mi” da Globo, o “É de casa”. Padilha comentou que tem muitos
apresentadores no programa. A idéia é de que cada apresentador se concentre em
algum espaço da casa. Penso que é uma forma de amenizar a guerra de egos entre
eles. Padilha achou curioso, por exemplo, de Zeca Camargo ficar na cozinha.
Quer dizer, o que ele tem a ver em ficar na cozinha, afinal, não tem cara nem
jeito de que gosta de se relacionar com esse ambiente. Num rápido flash de
raciocínio, eu acabei concluindo que a Globo deixou ele lá de propósito. Pra
não ter que “sair do armário”. (risos)