segunda-feira, 10 de agosto de 2015


Cheguei pontualmente às 16h em frente à casa de Tato. Pelo fato de não conhecê-lo, sempre fica aquele leve incômodo de se entrosar de forma protocolar, num primeiro momento, com uma pessoa que você está prestes a conhecer. Interfonei avisando que estava na porta. Eles desceram, Juçara nos apresentou. Ele me pediu para que eu tirasse meus óculos, o que detestei fazer, afinal óculos de sol, nessa ocasião, é um poderoso aliado. Tirei para não fazer a linha Britney surtada. Fomos caminhando pela Caio Prado, em direção à Nove de Julho. Juçara fez a linha mediadora de debates (risos). Ele falava de um assunto que só eles entendiam e ela conversava com ele; Eu fazia a egípcia e fingia que estava tudo bem, mas já pensando que nossa relação estava fadada a ir pro bueiro. Coisas de gente dramática (risos). E fatalista, como minha amiga Ju. Também comentava sobre assuntos nossos e ele ficava atento, me estudando.


 Quando chegamos no corredor de ônibus, estava seguro que eles sabiam que ônibus pegar. Quando o ônibus chegou, Tato foi perguntar ao motorista se o ônibus iria até a avenida Juscelino Kubitschek. E aí eu não entendi nada (risos). Quer dizer, se eu vou a um lugar, já me informo que ônibus, ou metrô pegar para chegar lá. Para nossa sorte, quando o próximo ônibus parou e Tato perguntou sobre nosso destino, o gentil motorista disse para subirmos. E depois disso, a relação esquentou. Literalmente (risos). Fiquei na frente com eles, na ala de “melhor idade”. Sentei-me ao lado de Tato e Ju ficou de frente pra nós. Do nada, Tato tirou seu cartão profissional, mas de forma bem performática: ele ateou, de forma mágica, fogo no cartão. Eu adorei. Principalemte em ver  a cara do policial que estava conversando com o motorista naquele exato momento. Fora o semblante de “congela!” da cobradora. Pensei que ela estava tendo um AVC. Como falei, a relação esquentou de vez (risos)

Ficamos papeando sem nos darmos conta onde iríamos descer. Me joguei no Goggle Map pra ele mapear o lugar ao redor. Mas como Juçara é pilhada, ela (risos) ficava toda a hora levantando, indo até o motorista para saber se o ponto estava chegando. O motorista deve ter nos achado no mínimo estranhos. Um bando de mambembes.

              Obra de Chivitz e Minhau, nas proximidades da Juscelino Kubitschek

Enfim, descemos no ponto próximo à avenida Juscelino Kubitschek. Paramos em frente a umas pinturas de grafite. Eu amo grafite. Sua intervenção pop naquela região é extremamente necessária, em contraste com a arquitetura equivocada do lugar. Fiquei me perguntando: será que as grandes incorporadoras contratam realmente arquitetos para construir aquele monte de obscenidades que eu me recuso a chamar de obra arquitetônica? Era um festival de horrores. A Juscelino Kubittschek é o supra sumo arquitetônico do mal gosto. Um aborto faraônico. Mas estávamos alegres, saltitantes e animados com a boa troca de energia entre a gente. A jornada ao mundo de Olavo Bilac estava só começando.