sábado, 7 de junho de 2014

Fui apressado para o show de Filipe Catto, na última quinta, no SESC Vila Mariana. A única alternativa era o metrô República. No caminho, um ser quis que eu parasse para conversar, mas não dei atenção. Quando passei por ele, exclamou: “Ce não ta a fim disso não?!” (o “disso” era uma referência a seu pau). Que bom que não me arrependi por não parar. Ela era uma mancha, de tão maricona.

Disse para Nel descer, que já estava no Vila, pegando nossos ingressos. Ele tinha ido dar um oi para a Carla, que trabalha lá. Edy-Star parou ao meu lado, após eu pegar os convites. Começamos a dar muita pinta. Perguntei se tinha ido para ver o Filipe, mas ele foi para assistir outro show, no auditório, um espaço menor para apresentações. Mas não me lembro o nome do artista e/ou banda que ele foi prestigiar. Apresentei Nel para Edy, nos despedimos e fomos ao Teatro da unidade. Reencontrei outro querido, o Alê. Nos encontramos no lugar onde nos conhecemos e trabalhamos juntos. Peguei o celular dele para retomar contato.

Filipe Catto foi muito corajoso de cantar o repertório de Cássia Eller. É uma tarefa difícil, dada a interpretação peculiar de Cássia. São poucas que possuem esse it, esse algo mais que uma simples técnica vocal. Você vê no olhar a intensidade de sua interpretação. Isso existe em Elis. E também em Cássia. Mas a apresentação teve deslizes. A iluminação ficou escura demais. Por mais que se diga aquele texto clichê, “...isso faz parte da concepção do show...”, não conversou com a idéia do espetáculo.
Faltou cor de escracho e de deboche na composição da luz. A idéia da projeção foi bacana, mas mal resolvida no palco. Faltou entrosamento desse recurso com a luz do show (again).

Filipe melhorou (um pouco) no palco.  A Lan Lan fez uma participação especial nessa homenagem à Cássia. Que gracinha de menino que ela é.  A banda super competente. O guitarrista era meio feinho. Mas me deixou de quatro com seus solos na quitarra. Foi de caramelizar. Filipe, com sua belíssima voz e talento, usou e abusou da música marginal e me deixou com um gostinho de quero mais. Ele usava Cavalera.

Saímos rapidamente do show. Nel me deu uma carona. Enquanto conversávamos, aguardando o semáforo abrir, passou um negro lindo por nós e eu acabei me distraindo da conversa. Nel cutucou: “Ê, Izabel! Não pode ver um negro bonito que já quer assinar a Lei Áurea!”