segunda-feira, 16 de junho de 2014

O guia pediu para o grupo ter cuidado com os batedores de carteira, que estão proliferando pelas cidades portuguesas. Afinal de contas, estamos em uma cidade europeia que atrai milhares de turistas pelo mundo. Ferraz pediu para não colocarmos a carteira no bolso de trás. Infelizmente, um dos nossos colegas foi furtado em Sintra. É a praga dos ciganos romenos.



Fiquei com minha garganta um pouco inflamada.  E muito irritado. Mas fui firme e forte em direção à Óbidos. O tempo estava nublado. Mas quando chegamos nessa singeleza de cidade, achei que o clima foi propositalmente favorável. A neblina que envolvia a cidade deu uma atmosfera bucólica que na minha opinião intensificou o charme e a beleza desse vilarejo encantador. A cidade possui uma espécie de fortaleza, característico de vários povoados na história do país, feito para proteger os habitantes. No lugar de fazer compras, preferi desbravar melhor essa fortaleza para tirar fotos. As imagens tiradas em Óbidos me fez lembrar da noite em que fui ao Bairro Alto, em Lisboa ver uma apresentação de fado. Tem que ter muito culhão para interpretar esse estilo musical português.  Passei por um grupo de bombeiros trabalhando e me deparei com um fato curioso: eles estavam escutando uma música improvável para o momento e que ao mesmo tempo me fez ligar a válvula da memória afetiva.  Para mim, foi um momento incrível. Meu bom humor havia voltado.







De Óbidos, segui para visitar Fátima. E o mundo inteiro estava lá. Quis apenas agradecer a Nossa Senhora por tudo que ela tem me proporcionado de bom. Fui no santurário construído onde os 3 jovens pastores viram a Santa. Estava super concentrado em minha oração, quando vejo uma senhora andando ajoelhada em volta da imagem de Nossa Senhora. Pensei que ela devia estar pagando alguma promessa e continuei concentrado na reza. Quando abri novamente o olho, vi mais duas senhoras também andando ajoelhadas com o terço na mão. Ao mesmo tempo, uma moça apareceu com uma criança no colo e ficou dando várias voltas em torno da imagem. Ela foi mais sensata. Caminhou em pé mesmo. Me desconcentrei e me perguntei mentalmente: gente, por acaso isso é uma competição?. Parecia que eu estava em um jóquei (risos). Fiquei na expectativa em ver quem delas ganharia a corrida (risos). Espero que a Santa me perdoe.



  Aproveitei para conhecer a Basílica da Santíssima Trindade. A criação dessa igreja bem despojada e moderna foi feita por uma arquiteta sérvia. O que mais me chamou a atenção foi o Cristo bem exótico que ela criou, simbolizando os cinco continentes da seguinte forma: os pés representando a Oceania (não imaginei que os australianos e neo-zelandeses tivessem pés tão grandes; as pernas, a África. Bem musculosas, por sinal; o tronco, a Europa; os braços e mãos, a América; e a cabeça, a Ásia. Confesso ter tido um certo estranhamento de ver Jesus com um olhar mais puxado. Mas prefiro não me estender na sensação que tive ao me deparar com a imagem. Não quero que Nossa Senhora me castigue.