O dilúvio de ontem causou um strike na Pauliceia Reacionária. Começou a chover por volta das
12h30 e não parou mais. E São Paulo, com toda sua imponência em ser uma das
maiores cidades do mundo, vê sua impotência diante da tempestade desvairada que
durou o dia todo até a noite. É latente a fragilidade da cidade mediante ao
caos que se instaurou. E tudo fica
parado: congestionamentos com carros, ônibus; e os metrôs e trens em velocidade
mega-reduzida devido às circunstâncias da segurança pública. Saí um pouco mais
tarde do trabalho, por volta das 20h30. Chegando na estação Belém, o metrô
estava parado, aguardando autorização para seguir viagem. Quando entro no vagão
e prestes a sentar no acento, uma visão de dar arrepios: restos daqueles
salgadinhos de isopor genéricos da Elma Chips espalhados não só nos acentos,
como no chão. Fazendo uma leitura visual dinâmica do espaço, vejo até cascas de
banana no chão do vagão. Era de dar nojo. Se Noé fosse vivo e deparasse com
essa situação, com certeza questionaria o Todo-Poderoso: “salvar essa fauna, a
troco de QUE? (risos)
Não demorei muito a chegar em casa. Sentei pra dar
uma folheada nos jornais e preparar o roteiro cultural do fim de semana. Deixei a TV ligada para aguardar o jogo da
Superliga Feminina de Vôlei. O Sesi jogaria em casa com a equipe de Osasco.
Jogo de vôlei não soa cansativo. Além de achar prazeroso, relaxa em assistir. Aproveitei
também para dar uma pesquisada de preços de passagens para Belo Horizonte.
Combinei com Juçara de irmos no feriado da semana santa. Na verdade, a idéia é
de irmos para Brumadinho, conhecer Inhotim. Vamos ver o babado que vai dar. No embate Sesi x Osasco, deu Sesi, por 3 sets a 1.
(deguste essa linda canção de Gil, enquanto lê o texto)
Abrindo o Guia da Folha, já tive um susto: vejo uma foto
dos Backstreet Boys, famosa boy band dos anos 90, estampada no caderno
cultural. É sério mesmo que eles querem voltar a se apresentar, numa espécie de
revival juvenil? Quer dizer, era até bonitinho vê-los entretendo as fãs
histéricas, mas isso já faz tempo, não? Não são mais aqueles moleques que
divertiam as meninas com os rebolados mal feitos. Agora com a idade avançando e
o metabolismo mais lento, questiono se eles possuem “ta lento” para aquelas
coreografias decadentes de baile de debutantes. Ver o Backstreet Boys na ativa
é como ver a osteoporose chegar aos 70 anos numa sobra de corpo.
Falando em osteoporose, li que Marília Gabriela estreia
peça dirigida pelo Jorge Takla, chamada “Vanya e Sonia e Masha e Spike”. Juro
que fiquei com medo de ver a peça protagonizada por ela. Na foto que ilustra a
matéria, ela está vestida de Branca de Neve. E o Elias Andreato vestido de
anão. Achei meio suspeito. Na foto de divulgação, ela está bem bonita, lembra
muito sua xará Marília Pêra. Quem sabe ela possa pedir emprestado a Marília - a Pêra, um
dedinho de seu talento. E eu sempre desconfio das peças que colocam um gostosão
exibindo seu corpo musculoso na foto de divulgação do espetáculo. Não sei por
que ela insiste em querer ser atriz. Me lembro de ter assistido Senhora MacBeth
com ela, mas era visível ver o quanto ela estava despreparada para fazer uma
personagem que exigia densidade dramática. A Selma Egrei, que fazia o papel de uma das bruxas que
participou da encenação, devorou a entrevistadora e dublê de atriz.
Tem também a Stela Miranda homenageando Carmem Miranda, no
espetáculo Miranda por Miranda. Eu diria que soa pretensioso o nome da
peça. E ela é aquele tipo de atriz
xerox, faz sempre a mesma coisa. Pra mim, ela não passa de uma atriz
“one-hit-actress”. E eu ainda estou aguardando seu “hit” em posição de yoga
(risos); Malvino Salvador, aquele ator da Globo também abre a temporada de
estréias teatrais com a peça “Chuva Constante”. Nada mais propício o nome da
peça, não? (risos). Acho ele péssimo como ator “quero fazer a linha hetero”.
Folheando o caderno cultural, vi uma opção bacana de show
que vale a pena dar uma conferida. Em comemoração ao dia internacional de
mulher, as cantoras Ná Ozzetti, Céline Imbert e Anelis Assumpção farão amanhã,
dia 08, um show especial para a ocasião, na sala de conservatório da Praça das
Artes, na região central. E o melhor, é gratuito. Vale a pena conferir; E também amanhã, dia 08, abre na Caixa
Cultural São Paulo a mostra gratuita Múltiplo Leminski. É uma boa dica
principalmente para quem não consegue falar e escrever o português direito.
E alguém me disse que tem uma peça que não me lembro o nome
no Teatro Eva Herz que vale a pena ver. Como não sei o nome do espetáculo, nem
quem foi a pessoa que me falou, deduzo que não deva ser algo de relevante para
ver.