quinta-feira, 26 de março de 2015



Recebi um convite de Eni Cunha, uma querida produtora cultural para um sarau na noite de ontem. Fiquei feliz e empolgado com a notícia, mas ao mesmo tempo brochado, pois no mesmo dia e horário teve a estreia do documentário “7 de outubro”, último trabalho de Eduardo Coutinho, no Espaço Itaú de Cinema. Duro foi decidir onde ir. O sarau, realizado na casa de um dos integrantes do grupo Teatro Mágico,  foi para reunir a classe artística e contou com a presença do prefeito Fernando Haddad ao evento. Pensei em ir nos dois eventos mas, infelizmente, comecei a ter uma certa indisposição e tive que ir pra casa. Fiquei triste, pois queria muito rever alguns colegas e conhecer outros artistas, até para me atualizar sobre a cena cultural paulistana. Na troca de whats, pedi desculpas a Eni por não ter ido. Ela foi muito generosa em lembrar de mim. Disse que me chamaria no próximo sarau. Acho que vou mandar flores para ela. Foi uma pena não ter ido para tirar uma casquinha do Haddad. Ela falou que teve uma fila grande para tirar fotos com ele.


Como me restou ir para casa e me recompor, cheguei no apê e já liguei a tv para acompanhar o noticiário. Não tive opção e deixei ligado naquela sobra de ausência jornalística que é o Jornal Nacional. Não estava prestando muita atenção e fiquei dando uma olhada pelo celular em uma campanha que está tendo sobre racismo – o assassinato de jovens negros que tem crescido nas principais metrópoles brasileiras. E olha só a surpresa: assim que terminei de ver a campanha, vejo aquela repórter que faz cobertura de política, a Zileide Silva, com um excesso de maquiagem branca pelo rosto. Foi um choque para mim, pois ela é negra. E o mais engraçado é de que adianta esbranquiçarem a repórter se (risos) é nítido ver a negritude da jornalista através de seu cabelo. Só falta agora jogarem uma chapinha nela para virar uma genérica branca Made in Nigéria. Muito desrespeitoso.


E o governo vai a cada round apanhando nos telejornais. Achava até que estavam abusando no excesso de notícias sobre a gestão Dilma. Mas depois de ter lido que o governo brasileiro está injetando dinheiro e investimento na Venezuela, país em tremendo desmanche político e econômico, administrado por uma versão Mercosul de Herodes, deduzi que Dilma pede pra apanhar. Não dá pra ser conivente com isso. Mas estou no aguardo do gerador de desculpas do PT acionar a justificativa da vez. Espero que dessa vez eles sejam mais (bem) articulados e respondam em forma uníssone para fácil entendimento da população. Porque no episódio das manifestações do dia 15 de março isso não aconteceu. Ver os dois ministros na linha de frente para colocar os argumentos do governo frente à crise foi assustador. As falas de ambos se divergiam. Quer dizer, eles não se falaram antes de ir na coletiva de imprensa? Só faltava dizer que o tal “golpismo” estava sendo articulado pela fada do dente (risos). Como disse uma senhora num vídeo bem engraçado que vi no youtube, “lugar de choro é no pé do caboclo”.