Alter
do Chão. Com o sol batendo na casa dos 40 graus, me recolhi para
uma siesta, depois de Juçara e eu nos
enfartarmos de tanto comer. Voltamos à pousada para tirar um cochilo. Como
cheguei a relatar para o Diário, o nome da pousada que ficamos – Sombra do
Cajueiro foi um dos critérios escolhidos para nossa hospedagem em Alter.
Simples, mas extremamente aconchegante. Das pousadas que ficamos em nosso
roteiro, foi o quarto que mais curti ficar. Ótima cama, ar condicionado
funcionando sem excesso e sem falta. Wi-fi que funcionava no quarto, lista de
lugares sugeridos para você comer, além
da sugestão de passeios e locais para se conhecer na região, algo que ficou
devendo nas outras pousadas que ficamos. Fora o imenso cajueiro que ficava
entre nossos quartos, exalando aquele cheiro de caju e oferecendo uma brisa boa
em sua sombra.
Depois da cochilada, acordei para uma ducha. Já tinha
combinado com Juçara de darmos uma volta por Alter para desbravar o lugar.
Estava no pique de tirar fotos. Saímos da pousada e descemos reto em direção à
praia. O sol já estava se pondo, quando chegamos para registrar aquele momento.


Fim de tarde em Alter do Chão
Fomos até a praça central, que fica em frente a orla do
rio. Caminhamos por ela até dar fome. Voltamos para a praça e decidimos dar uma
pinta no bar Arco Íris. Apesar do nome, não é um bar LGBT. O bar estava cheio,
mas o esperto garçom já tinha nos visto e colocou uma mesa do lado de fora do
bar. Ótima sacada dele, pois estava um fervo na rua. Sentamos e pedimos um suco
de caju e um lanche. E bem relaxados, ficamos observando as pessoas ao redor.
Vendo a reação das pessoas, o menino decidiu sair com
dignidade, se despedindo e (risos) agradecendo a atenção. E nós aplaudimos por,
até que enfim, ele ter parado de tocar. Quando tudo parecia ficar calmo, sem
mais nenhum incômodo sonoro, eis que surge o guapo pedindo (risos) atenção de todos para sua “performance”. Pelo
menos era mais interessante de se ver: pele morena, cabelos a la Jesus Cristo
Superstar e falando em espanhol. Tinha pinta de neo hippie. Descobrimos depois com nossos ouvidos de tuberculoso que ele era da Venezuela e estava peregrinando pelo baixo Tapajós. Com a beleza
em destaque resolvemos prestar atenção no moçoilo, até ele abrir a boca e
gritar pra todo mundo ouvir: “Guantanameeera...”
(risos). Quer dizer, demos atenção para o “artista” mostrar seu trabalho, pra
ele começar seu repertório cantando algo tão previsível! Felizmente nossos
lanches chegaram e continuamos nosso papo, sem perder o fio condutor da
narrativa. Voltamos à pousada para guardarmos energia no dia seguinte.