Eduardo chegou e já foi um
gentleman conosco. Pegou nossas bagagens e nos convidou a entrar no carro. Me
despedi de Beto, o rapaz que trabalhava no Açay Hotel e que me atendeu desde a
primeira ligação. Muito atencioso. Mas adora procriar (risos). Tão novinho e já
tem três filhas. Haja disposição pra cuidar das catarrentinhas.
A viagem foi rápida, levou 30
minutos. Eduardo é ótimo, adora papear. Uma simpatia. Nos falou das pequenas
vilas nas beiras da estrada, em harmonia com a Mata que floreava nosso trajeto.
Casado, pai de dois filhos, falou que era casado com Eliana, com quem eu falei
para fechar os quartos em sua pousada. Nos perguntou como ficamos sabendo da
pousada e eu comecei a viajar, dizendo que o nome dela tinha me conquistado
desde o início. Eu realmente acho Pousada do Cajueiro um nome charmoso. Juçara
contou a ele e a mim – pela enésima vez, sobre os filhos e o neto Joaquim. Mas
Ju estava saudosa dos filhos. Sua filha Sofia estava num Congresso em Bogotá,
na Colômbia. Isso me fez lembrar de algo que não escrevia aqui no Diário. No
dia em que decidimos passar o dia para conhecer melhor a cidade de Salinas
(rtxt), durante a caminhada pela Orla do Maçarico, tinham vários daqueles
“orelhões” para telefonar. Juçara foi em (risos) todos os orelhões para tentar falar
com Sofia. Só que os orelhões não funcionavam. Juçara desencanava, mas quando
ela avistava o próximo orelhão, ainda um pouco distante, ela cortava nossa
conversa de forma abrupta quando chegava perto do aparelho. “Tudo bem, se não
der pra falar com a Sofia, sem problemas. Então, sobre o que falávamos, também
acho que estamos vivendo um período de intensa crise e daqui pra
frente..........." (risos)...ficava aquele hiato. Ela já cortava, andando de
forma apressada até o telefone pra tentar mais uma vez. As pessoas que passavam
por nós, achavam que tínhamos algum TOC, com certeza.
Eduardo nos deu algumas dicas de
passeio, do que fazer pela região de Alter. Tinha um que eu queria fazer muito,
mas para chegar no local, dentro da floresta, teria que fazer uma caminhada de
três horas e meia. Tive que declinar por conta da cirurgia. Mas também não
encanei sobre o que fazer. Estávamos bem desacelerados.
Quando entramos no distrito, vi
que o lugar era menos rústico do que eu visualizava. Deduzi que talvez fosse
porque demorei muito para conhecer. Eduardo passou pela praça, referência do centrinho
de Alter. Já nos falou de lugares para almoçarmos. Deu mais uma volta para nos
mostrar a Praia do Cajueiro e outra praia onde tinha o porto de Alter. Já me
deu aquela vontade de sair do carro para fotografar. Mas como o sol estava
“quente de rachar mamona”, decidimos descansar um pouco na pousada. Assim que
chegamos, já avistamos o cajueiro lindo nos dando as boas vindas. Eduardo nos
deu as chaves, os quartos 2 e 4. Perguntei para Juçara qual ela queria e ela
jaó foi gulosa dizendo que queria ficar no 4. Peguei o número 2 pra mim e foi
pura sorte: no meu tinha, parafraseando (risos) “Robertão”, uma bela “rede
preguiçosa pra deitar”. Foi o convite
para tirar uma boa soneca, depois que almoçamos um divino surubim frito, com
uma porção de bolinho de piracuí, para abrir as mesas de trabalho em Alter. A tarde caía como luva para curtirmos muita preguiça.