terça-feira, 27 de outubro de 2015











Santarém – Alter do Chão. Eduardo atrasou um pouco, mas não se esqueceu de nós. Já estávamos no hall do hotel em que dormimos, antes de chegarmos ao nosso último destino cultural de nosso roteiro, Alter do Chão. Juçara e eu ficamos tagarelando os devaneios que soltamos em plena praia da Princesa, Algodoal. Incorporávamos nossos personagens antipáticos, criados para essa finalidade mesmo, quando trabalhávamos juntos no SESC Vila Mariana. Comentamos que iríamos (risos) pavimentar a areia da praia, para construção de um conglomerado de shoppings. E que (risos) os nativos só teriam direito a determinadNeja. Ah, e muito funk nos vários estabelecimentos que criaríamos na praia.  Pink, a persona de Jua parte na praia para diversão, se trabalhassem como (risos) mão de obra barata pra gente. E sem essa de carimbó, de cultural regional local. Traríamos para atrair público a (risos) nata da música SerTãoçara, reforçou que só entraria na sociedade se fosse para implantar vários (risos) MacDonald´s e Habib´s lá. Ainda bem que foi só um devaneio.


Eduardo chegou e já foi um gentleman conosco. Pegou nossas bagagens e nos convidou a entrar no carro. Me despedi de Beto, o rapaz que trabalhava no Açay Hotel e que me atendeu desde a primeira ligação. Muito atencioso. Mas adora procriar (risos). Tão novinho e já tem três filhas. Haja disposição pra cuidar das catarrentinhas.

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A viagem foi rápida, levou 30 minutos. Eduardo é ótimo, adora papear. Uma simpatia. Nos falou das pequenas vilas nas beiras da estrada, em harmonia com a Mata que floreava nosso trajeto. Casado, pai de dois filhos, falou que era casado com Eliana, com quem eu falei para fechar os quartos em sua pousada. Nos perguntou como ficamos sabendo da pousada e eu comecei a viajar, dizendo que o nome dela tinha me conquistado desde o início. Eu realmente acho Pousada do Cajueiro um nome charmoso. Juçara contou a ele e a mim – pela enésima vez, sobre os filhos e o neto Joaquim. Mas Ju estava saudosa dos filhos. Sua filha Sofia estava num Congresso em Bogotá, na Colômbia. Isso me fez lembrar de algo que não escrevia aqui no Diário. No dia em que decidimos passar o dia para conhecer melhor a cidade de Salinas (rtxt), durante a caminhada pela Orla do Maçarico, tinham vários daqueles “orelhões” para telefonar. Juçara foi em (risos)  todos os orelhões para tentar falar com Sofia. Só que os orelhões não funcionavam. Juçara desencanava, mas quando ela avistava o próximo orelhão, ainda um pouco distante, ela cortava nossa conversa de forma abrupta quando chegava perto do aparelho. “Tudo bem, se não der pra falar com a Sofia, sem problemas. Então, sobre o que falávamos, também acho que estamos vivendo um período de intensa crise e daqui pra frente..........." (risos)...ficava aquele hiato. Ela já cortava, andando de forma apressada até o telefone pra tentar mais uma vez. As pessoas que passavam por nós, achavam que tínhamos algum TOC, com certeza.



Eduardo nos deu algumas dicas de passeio, do que fazer pela região de Alter. Tinha um que eu queria fazer muito, mas para chegar no local, dentro da floresta, teria que fazer uma caminhada de três horas e meia. Tive que declinar por conta da cirurgia. Mas também não encanei sobre o que fazer. Estávamos bem desacelerados.


Quando entramos no distrito, vi que o lugar era menos rústico do que eu visualizava. Deduzi que talvez fosse porque demorei muito para conhecer. Eduardo passou pela praça, referência do centrinho de Alter. Já nos falou de lugares para almoçarmos. Deu mais uma volta para nos mostrar a Praia do Cajueiro e outra praia onde tinha o porto de Alter. Já me deu aquela vontade de sair do carro para fotografar. Mas como o sol estava “quente de rachar mamona”, decidimos descansar um pouco na pousada. Assim que chegamos, já avistamos o cajueiro lindo nos dando as boas vindas. Eduardo nos deu as chaves, os quartos 2 e 4. Perguntei para Juçara qual ela queria e ela jaó foi gulosa dizendo que queria ficar no 4. Peguei o número 2 pra mim e foi pura sorte: no meu tinha, parafraseando (risos) “Robertão”, uma bela “rede preguiçosa pra deitar”.  Foi o convite para tirar uma boa soneca, depois que almoçamos um divino surubim frito, com uma porção de bolinho de piracuí, para abrir as mesas de trabalho em Alter. A tarde caía como luva para curtirmos muita preguiça.