Estávamos ansiosos em saber o que
nos aguardava em Salinas. O
nome da cidade na verdade é Salinópolis, mas tanto os moradores quanto os
turistas já absorveram a forma mais popular de divulgar o lugar. Como estávamos
muito cansados com a viagem, no dia anterior, saímos apenas para jantar. Dei um google na Trip Advisor e fomos comer no
Praiano, que fica na famosa Orla do Maçarico, um dos points mais badalados de Salinas. Badalado até a página dois. Quer
dizer, na alta temporada ou feriados. Ficamos em frente à pousada para pegarmos
um táxi, só que não passava nenhum. A pousada fica logo no trevo da entrada de
Salinas, na avenida principal. Eu não tinha ideia de como era distante do
centro da cidade. Depois de 10 minutos aguardando, um carro parou em nossa
frente e perguntou onde iríamos. E não era nenhum taxista. Aí eu disse que
queria ir na Orla do Maçarico. Ele então nos respondeu “Faço R$3 por cabeça”
(risos). O distinto ser atendeu pelo nome de Alberto, um cara muito simpático. Nos
levou até a orla, mas antes fez questão de fazer um tour conosco, nos levando nos principais pontos turísticos
da cidade: o Farol de Salinas e a fonte de Caranã. Falou com orgulho dessa
fonte, porque lá existe de fato uma fonte de água potável e os moradores
aproveitam para utilizar a água. E pensar que São Paulo está pigarreando pela
falta dela.
São quatro praias que desenham o
mapa da cidade. Decidimos ir então até a praia de Atalaia, a mais pop de
Salinas. Como não tínhamos idéia da distância, perguntamos para Mathias, o
caseiro da pousada como se fazia para chegar. Quer dizer, se a pousada se chama Fazendinha, então é um caseiro que administra, não? (risos). Nos falou que poderíamos pegar um ônibus e
antes que eu perguntasse onde ficava o ponto, ele respondeu que poderíamos
aguardar em frente a pousada, para sinalizarmos para o ônibus parar. Essas são
as vantagens de morar em uma cidade pequena. Um micro ônibus passou, Juçara
sinalizou e entramos, em direção a Atalaia (ônibus R$2,50).
Apesar de se ter um sutil charme, Atalaia tem uma característica mais pop, diferente das praias de Algodoal, cheia de barracas. Me lembrou das praias em Sergipe, com uma areia
extensa até chegar ao mar. Apesar de alguns buracos formados pela própria
areia, é uma praia de água tranquila e bem quente. Uma delícia para se banhar.
O ônibus nos deixou na entrada da praia. Assim que descemos, vimos os garçons
desses quiosques pousando como urubus em cima da gente. Fomos abordados por
Naldo, da barraca Verde & Mar. Veio com aquele 171 fajuto, mas queria logo
me jogar numa cadeira de praia e tomar um sol. Comentei com Juçara que Naldo
tinha uma textura de quem tem neca
pesada. Nos jogamos no sol e aproveitamos o dia. Passei todos os
protetores necessários para não queimar minha pele. Vim com o kit completo
(risos): protetor solar corporal, labial, para cabelos e facial.
Praia do Atalaia
Não pude deixar de perceber um
costume típico dos paraenses: enquanto colocávamos os protetores, vi vários
carros entrando na praia. Achamos aquilo um absurdo, mas depois me lembrei que
o dono da pousada onde ficamos colocou uma foto no seu whatsapp da praia lotada,
com os carros empilhados um ao lado do outro. Um autêntico comboio de 4 rodas.
Acredito que ele deva ter tirado em época de alta temporada. Sorte a nossa de
estarmos na baixa. Os paraenses possuem hábitos sofríveis de engolir. Apesar da
praia não ter me inspirado tanto como Algodoal, tirei boas fotos e depois me
joguei na leitura. O dia passou de forma lenta, como queríamos. Tomamos
refrigerantes, mas apenas os típicos da região, já que o Estado é produtor de
guaraná. Pedimos um refri Cerpa e
depois nos deliciamos com um peixe ao molho de camarão.