Salinas. Como fomos na baixa temporada, Salinas não teve muitos
atrativos. Lógico que cheguei a essa conclusão apenas quando deixamos a cidade.
Três dias seriam perfeitos para aproveitá-la, já que muita coisa não abre por
não ter tanto turista. Fiquei sabendo de passeios incríveis, em praias mais
distantes, mas não tive a oportunidade de ir. Não só pela falta de gente, mas a
maré baixa também não ajudou.
Tivemos que readequar um pouco o
roteiro. Enquanto tomávamos café, decidimos abrir mão de irmos à praia. A ideia
era desbravar melhor a cidade. O que me deu o “clique” para pensar nessa
possibilidade foi no dia que fomos jantar no restaurante Praiano, quando chegamos
de viagem. Quando pedimos a conta, aproveitamos e pedimos que o restaurante
chamasse um táxi para nos levar de volta à pousada. Por sorte, tinha um senhor
que estava com a família terminando de degustar uma pizza e se ofereceu a nos
levar. Porém, como diz a minha avó, o carro era “puxado” de se usar. O banco
estava rasgado e o vidro da porta não subia. Pra ajudar, fui na frente com o
taxista, que parecia que tinha cheirado pó. Fora que ele ficava com um tic
nervoso na boca. E ainda por cima, o coitado ruminava (risos). No rádio, aquele som brega eletrônico. E
eu me perguntando mentalmente “cadê o meu rivotril”. Sorte que Juçara deu
atenção a ele. Fiquei observando a arquitetura das casas, totalmente inspiradas
nos anos 50. Sugeri então de passarmos pelas outras praias e tirarmos fotos da
cidade. Batido o martelo, nos aprontamos para pegar o ônibus.
Enquanto saíamos do quarto em direção
ao portão de entrada da pousada, não me atentei ao tremendo mal gosto do
designer de obras que projetou o espaço. A pousada nada mais é que um grande
casarão. Os quartos da pousada eram realmente bons, isso eu não posso reclamar.
Mas assim que observei melhor o alpendre, o cartão postal de visitas do lugar,
tive uma crise de riso. Eles colocaram uma espécie de grama para
contrabalancear com o concreto do lugar (isso ok). Mas, em contrapartida,
decidiriam (risos) colocar bichos em forma de escultura para ter uma
ambientação de uma fazenda (Eles não colocaram à toa o nome da pousada de
Fazendinha). Mas fiquei pensando que o tal designer
tem problemas sérios de espacialidade. Ele fez a vaca (risos) menor que os
cães. Será que mal gosto é algo realmente inserido na cultura paraense?
Pegamos o ônibus e fomos até a
Orla do Maçarico. Vi umas casas antigas lindas e tirei fotos. Entramos por um acesso até a praia do
Maçarico. Uma praia selvagem, sem estrutura, como a de Atalaia. Vimos uns
garotos se arrumando para fazer kite surf,
estavam se aprontando para entrar na água. Tirei fotos de umas formações
rochosas interessantes e do hotel de Salinópolis. Caminhamos até a praia da
Corvina. Para entrar tivemos que passar por uma passarela construída pela atual
administração municipal. Como é baixa temporada, a praia também estava vazia.
Areia extensa. Ficamos um pouco por lá para tomar um sol.
Farol de Salinas
Voltamos à cidade e passamos pelo
Farol, um dos ponto turísticos de Salinas. Tirei fotos, mas já estávamos um
pouco cansados e decidimos almoçar. Pausa
no restaurante O Casimirão. Trip Advisor, ativar.
Juçara estava de bode por estar
comendo apenas peixe a ela sugeriu que pedíssemos outra coisa. Quando viajo
para qualquer região do Nordeste e, no caso, região Norte, não tenho problema
algum em ficar comendo apenas peixe, mas perguntei que outra coisa ela sugeriria comer, apesar
de ficar preocupado com outra coisa.
Ju sugeriu que comêssemos carne de sol. Apesar de achar um prato um pouco over para um dia de sol e clima abafado,
concordei em pedirmos um prato para duas pessoas (Carne de sol com tutu
paraense e macaxeira para duas pessoas: R$77). O prato deixou a desejar.
Esperamos o sol dar uma abaixada
para conhecermos a arquitetura do lugar. E que bom gosto, afinal, eu via. Pra
começar, a cidade não possui prédios altos, devido a uma lei de preservação que
proíbe que a cidade construa aberrações que costumamos ver em qualquer capital ou cidade de médio porte. Ponto para Salinas. As casas
possuem uma certa semelhança entre elas, e ao mesmo tempo cada uma possui sua
identidade. Passamos por uma igrejinha antiga, mas estava fechada. Ficamos
escutando o som de alguns instrumentos de sopro e fomos atrás do lugar que
estava tocando a melodia. Em frente à igreja, uma escola de música onde os
alunos estavam estudando do lado de fora da escola. Surpreendente e poético.
Continuamos a caminhada até uma
rua com uma vista linda da cidade, tendo a praia como protagonista do visual.
Ficamos um pouco por lá, contemplando a vista que nos cercava. Vimos estudantes
de escola uniformizados. Fazia tempo que não via uma turma de escola à caráter.
Nos lembramos da fonte de Caranã e caminhamos até lá. Vimos a fonte e tomamos
de sua água. Depois desse tour,
voltamos à pousada.
Assim que chegamos, acessei o
wifi da pousada para checar mensagens, facebook e instagram. E aí chegou o purgante com açaí do Gabriel para chamar atenção. Ele chegava todo animado para querer estabelecer
uma conexão, mas eu não dava a mínima bola. Quer dizer, não dava bola porque
ele devia ter algum problema de dicção porque eu não entendia absolutamente nada do que ele falava. Eu apenas
concordava com a cabeça com todos os grunhidos que ele dava. Um (risos)
autêntico curumim de Parintins.