quinta-feira, 15 de outubro de 2015



Salinas. Como fomos na baixa temporada, Salinas não teve muitos atrativos. Lógico que cheguei a essa conclusão apenas quando deixamos a cidade. Três dias seriam perfeitos para aproveitá-la, já que muita coisa não abre por não ter tanto turista. Fiquei sabendo de passeios incríveis, em praias mais distantes, mas não tive a oportunidade de ir. Não só pela falta de gente, mas a maré baixa também não ajudou.

Tivemos que readequar um pouco o roteiro. Enquanto tomávamos café, decidimos abrir mão de irmos à praia. A ideia era desbravar melhor a cidade. O que me deu o “clique” para pensar nessa possibilidade foi no dia que fomos jantar no restaurante Praiano, quando chegamos de viagem. Quando pedimos a conta, aproveitamos e pedimos que o restaurante chamasse um táxi para nos levar de volta à pousada. Por sorte, tinha um senhor que estava com a família terminando de degustar uma pizza e se ofereceu a nos levar. Porém, como diz a minha avó, o carro era “puxado” de se usar. O banco estava rasgado e o vidro da porta não subia. Pra ajudar, fui na frente com o taxista, que parecia que tinha cheirado pó. Fora que ele ficava com um tic nervoso na boca. E ainda por cima, o coitado ruminava (risos). No rádio, aquele som brega eletrônico. E eu me perguntando mentalmente “cadê o meu rivotril”. Sorte que Juçara deu atenção a ele. Fiquei observando a arquitetura das casas, totalmente inspiradas nos anos 50. Sugeri então de passarmos pelas outras praias e tirarmos fotos da cidade. Batido o martelo, nos aprontamos para pegar o ônibus.


Enquanto saíamos do quarto em direção ao portão de entrada da pousada, não me atentei ao tremendo mal gosto do designer de obras que projetou o espaço. A pousada nada mais é que um grande casarão. Os quartos da pousada eram realmente bons, isso eu não posso reclamar. Mas assim que observei melhor o alpendre, o cartão postal de visitas do lugar, tive uma crise de riso. Eles colocaram uma espécie de grama para contrabalancear com o concreto do lugar (isso ok). Mas, em contrapartida, decidiriam (risos) colocar bichos em forma de escultura para ter uma ambientação de uma fazenda (Eles não colocaram à toa o nome da pousada de Fazendinha). Mas fiquei pensando que o tal designer tem problemas sérios de espacialidade. Ele fez a vaca (risos) menor que os cães. Será que mal gosto é algo realmente inserido na cultura paraense? 


Pegamos o ônibus e fomos até a Orla do Maçarico. Vi umas casas antigas lindas e tirei fotos. Entramos por um acesso até a praia do Maçarico. Uma praia selvagem, sem estrutura, como a de Atalaia. Vimos uns garotos se arrumando para fazer kite surf, estavam se aprontando para entrar na água. Tirei fotos de umas formações rochosas interessantes e do hotel de Salinópolis. Caminhamos até a praia da Corvina. Para entrar tivemos que passar por uma passarela construída pela atual administração municipal. Como é baixa temporada, a praia também estava vazia. Areia extensa. Ficamos um pouco por lá para tomar um sol.


                                                              Farol de Salinas

Voltamos à cidade e passamos pelo Farol, um dos ponto turísticos de Salinas. Tirei fotos, mas já estávamos um pouco cansados e decidimos almoçar.  Pausa no restaurante O Casimirão. Trip Advisor, ativar.

Juçara estava de bode por estar comendo apenas peixe a ela sugeriu que pedíssemos outra coisa. Quando viajo para qualquer região do Nordeste e, no caso, região Norte, não tenho problema algum em ficar comendo apenas peixe, mas perguntei  que outra coisa ela sugeriria comer, apesar de ficar preocupado com outra coisa. Ju sugeriu que comêssemos carne de sol. Apesar de achar um prato um pouco over para um dia de sol e clima abafado, concordei em pedirmos um prato para duas pessoas (Carne de sol com tutu paraense e macaxeira para duas pessoas: R$77). O prato deixou a desejar.


Esperamos o sol dar uma abaixada para conhecermos a arquitetura do lugar. E que bom gosto, afinal, eu via. Pra começar, a cidade não possui prédios altos, devido a uma lei de preservação que proíbe que a cidade construa aberrações que costumamos ver em qualquer capital ou cidade de médio porte. Ponto para Salinas. As casas possuem uma certa semelhança entre elas, e ao mesmo tempo cada uma possui sua identidade. Passamos por uma igrejinha antiga, mas estava fechada. Ficamos escutando o som de alguns instrumentos de sopro e fomos atrás do lugar que estava tocando a melodia. Em frente à igreja, uma escola de música onde os alunos estavam estudando do lado de fora da escola. Surpreendente e poético.




Continuamos a caminhada até uma rua com uma vista linda da cidade, tendo a praia como protagonista do visual. Ficamos um pouco por lá, contemplando a vista que nos cercava. Vimos estudantes de escola uniformizados. Fazia tempo que não via uma turma de escola à caráter. Nos lembramos da fonte de Caranã e caminhamos até lá. Vimos a fonte e tomamos de sua água. Depois desse tour, voltamos à pousada.

Assim que chegamos, acessei o wifi da pousada para checar mensagens, facebook e instagram. E aí chegou o purgante com açaí do Gabriel para chamar atenção.  Ele chegava todo animado para querer estabelecer uma conexão, mas eu não dava a mínima bola. Quer dizer, não dava bola porque ele devia ter algum problema de dicção porque eu não entendia absolutamente nada do que ele falava. Eu apenas concordava com a cabeça com todos os grunhidos que ele dava. Um (risos) autêntico curumim de Parintins.