Estávamos apaixonados por
Algodoal. Uma vila pacata, bucólica, sem carros, sem preocupação com a vida.
Chegamos para tomar nosso café, os primeiros a chegar, mas a mesa não estava
totalmente preparada. Sávio foi às pressas para a cozinha para tentar se virar
com o que tinha, mas Baiana chegou para montar o restante da mesa. Coisas de
cidade pequena. Conversamos sobre as impressões que Algodoal estava nos
deixando e acompanhando a chegada dos outros hóspedes para o coffee break. Nos atentamos à duas
pessoas que não tínhamos visto no dia anterior. Não quiseram se entrosar com
ninguém. Ela estava vestida de forma um tanto ousada para o momento. Digamos
que ela parecesse uma prostituta sudanesa. Batom vermelho intenso,
shortinho de rendinha enfiado no rêgo e um topzinho bem justinho. Ele eu resumo
em apenas uma palavra: monstro. Até que (risos) eles formavam um belo “casal”.
Nos aprontamos e fomos em direção
a Ouro Velho. Fizemos a mesma caminhada até a Praia da Princesa, atravessamos a
praia toda até chegar ao nosso destino. Quando entramos na Princesa, vimos o
casal que conhecemos dias antes, quando fomos curtir o primeiro dia de praia,
Solange e Mateus. Tinham uma barraca logo no começo da praia da Princesa.
Durante o nosso papo, fiquei curioso em saber que livro ela estava lendo. Era
um livro sobre psicologia e ela nos contou que estava com um projeto de
contação de histórias para crianças da Ilha. Ficamos felizes com a iniciativa
dela. Ficamos de doar alguns livros.
Durante o trajeto pelas barracas na Princesa,
um homem rústico e simpático nos parou perguntando se queríamos ficar por lá.
Perguntei a ele se tinha cadeira de sol e respondeu positivamente. Disse que ia
caminhar mais um pouco e pensar a respeito. Quando chegamos em Ouro Velho vimos que nada
mais era que uma praia selvagem, extensa com um mar bem revolto. Me lembro de
Frank ter nos dito que caminhando por toda Ouro Velho chegaríamos à Praia de
Fortalezinha (Se quiser saber quem é Frank, entre no texto para conhecer essa doçura de pessoa - http://omundodelira.blogspot.com.br/2015/09/o-dia-amanheceu-com-um-sol-lindoe.html ). Demos uma pinta, tiramos poucas fotos e resolvemos voltar à Praia
da Princesa. Escolhemos a barraca do ser rústico que tinha nos abordado com um
som de radiola, pra variar, mas isso não nos incomodava. Estava feliz em ver
que na Ilha de Algodoal, havia uma harmonia musical que conversava com a
identidade cultural do lugar. Depois de algum tempo, o repertório mudou
drasticamente e um arco íris musical se formou pela praia.
E quando se pensava que nossa
alegria poderia durar pouco, a boa vibe
da música pop continuou a dar suas cartas. Vimos nosso estimado atendente
fumando uma marijuana, sem
preocupação nenhuma com o momento. Estávamos em plena Ilha de Algodoal,
pacata, formosa, celebrando a liberdade.
Aproveitei para continuar a
leitura, com livro e revistas. Ju e eu tricotamos por alguns momentos, mas
realmente estava no pique de ficar em silêncio, contemplando o verde balanço do
mar, em sintonia com a bela seleção musical que pairava em nossa audição.
Almoçamos pela praia, comemos um
belo peixe fresco, contemplando a paisagem da Princesa. Assim que fechamos a
conta, avistamos um “táxi” para nos levar até a pousada. Nós ainda não tínhamos
passeado de charrete. Pagamos nossa conta e entramos no táxi. Me senti como se
estivesse no século XIX. Voltamos à pousada, tomamos uma ducha e novamente
saímos para assistir a um lindo pôr do sol. Ficamos sentados num momento
introspectivo, pensando no que aguardava nosso próximo destino: Salinópolis.