quarta-feira, 7 de outubro de 2015


Estávamos apaixonados por Algodoal. Uma vila pacata, bucólica, sem carros, sem preocupação com a vida. Chegamos para tomar nosso café, os primeiros a chegar, mas a mesa não estava totalmente preparada. Sávio foi às pressas para a cozinha para tentar se virar com o que tinha, mas Baiana chegou para montar o restante da mesa. Coisas de cidade pequena. Conversamos sobre as impressões que Algodoal estava nos deixando e acompanhando a chegada dos outros hóspedes para o coffee break. Nos atentamos à duas pessoas que não tínhamos visto no dia anterior. Não quiseram se entrosar com ninguém. Ela estava vestida de forma um tanto ousada para o momento. Digamos que ela parecesse uma prostituta sudanesa. Batom vermelho intenso, shortinho de rendinha enfiado no rêgo e um topzinho bem justinho. Ele eu resumo em apenas uma palavra: monstro. Até que (risos) eles formavam um belo “casal”.


Nos aprontamos e fomos em direção a Ouro Velho. Fizemos a mesma caminhada até a Praia da Princesa, atravessamos a praia toda até chegar ao nosso destino. Quando entramos na Princesa, vimos o casal que conhecemos dias antes, quando fomos curtir o primeiro dia de praia, Solange e Mateus. Tinham uma barraca logo no começo da praia da Princesa. Durante o nosso papo, fiquei curioso em saber que livro ela estava lendo. Era um livro sobre psicologia e ela nos contou que estava com um projeto de contação de histórias para crianças da Ilha. Ficamos felizes com a iniciativa dela. Ficamos de doar alguns livros.
  
 Durante o trajeto pelas barracas na Princesa, um homem rústico e simpático nos parou perguntando se queríamos ficar por lá. Perguntei a ele se tinha cadeira de sol e respondeu positivamente. Disse que ia caminhar mais um pouco e pensar a respeito. Quando chegamos em Ouro Velho vimos que nada mais era que uma praia selvagem, extensa com um mar bem revolto. Me lembro de Frank ter nos dito que caminhando por toda Ouro Velho chegaríamos à Praia de Fortalezinha (Se quiser saber quem é Frank, entre no texto para conhecer essa doçura de pessoa - http://omundodelira.blogspot.com.br/2015/09/o-dia-amanheceu-com-um-sol-lindoe.html ). Demos uma pinta, tiramos poucas fotos e resolvemos voltar à Praia da Princesa. Escolhemos a barraca do ser rústico que tinha nos abordado com um som de radiola, pra variar, mas isso não nos incomodava. Estava feliz em ver que na Ilha de Algodoal, havia uma harmonia musical que conversava com a identidade cultural do lugar. Depois de algum tempo, o repertório mudou drasticamente e um arco íris musical se formou pela praia.


E quando se pensava que nossa alegria poderia durar pouco, a boa vibe da música pop continuou a dar suas cartas. Vimos nosso estimado atendente fumando uma marijuana, sem preocupação nenhuma com o momento. Estávamos em plena Ilha de Algodoal, pacata, formosa, celebrando a liberdade.


Aproveitei para continuar a leitura, com livro e revistas. Ju e eu tricotamos por alguns momentos, mas realmente estava no pique de ficar em silêncio, contemplando o verde balanço do mar, em sintonia com a bela seleção musical que pairava em nossa audição.

  
Almoçamos pela praia, comemos um belo peixe fresco, contemplando a paisagem da Princesa. Assim que fechamos a conta, avistamos um “táxi” para nos levar até a pousada. Nós ainda não tínhamos passeado de charrete. Pagamos nossa conta e entramos no táxi. Me senti como se estivesse no século XIX. Voltamos à pousada, tomamos uma ducha e novamente saímos para assistir a um lindo pôr do sol. Ficamos sentados num momento introspectivo, pensando no que aguardava nosso próximo destino: Salinópolis.