terça-feira, 10 de novembro de 2015


Fazendo um breve balanço sobre meu retorno das férias, diria que sobrevivi bem. Prometi a mim mesmo não sucumbir, logo na primeira semana de volta ao trabalho, às pressões corriqueiras do dia a dia. Eu precisei me dar um tempo para voltar ao normal, mesmo que esse tempo dado fosse de pelo menos um mês (risos). Quer dizer, você retorna, lida com pendências que deveriam, mas não foram resolvidas durante suas férias e aí querem que seja resolvido “o quanto antes”? Decidi usar outra tática para não ter que em plena primeira semana de volta ao trabalho perder toda a energia ganha nas matas do Tapajós. E a estratégia foi não me pilhar, não me estressar e resolver qualquer problema dentro do meu timing. As pessoas mal esperaram eu sentar na minha mesa e já querem despejar seus entulhos? Pois fiquem aguardando em posição de yoga. Minha saúde e bem estar agradece.


Nesse tempo aproveitei para reciclar um pouco o ciclo de amizades. Percebi que tenho que dar férias a alguns amigos, vai ser bom para a saúde de ambos. Tenho passado por um momento que meus amigos estão confundindo um pouco o conceito do que é ser amigo de fato e ficam me usando como se fosse um terapeuta deles. Até entendo a necessidade das pessoas em querer desabafar sobre algum fato ou problema. Mas é difícil ter que lidar com pessoas que só querem falar e não escutar. Quer dizer, quando é a minha vez (risos) de ter a palavra para falar sobre algum assunto, alguns amigos ligam o automático e sequer prestam atenção no que você está falando. Eles mal esperam eu concluir a frase do que estou conversando e já emendam outra pauta, sem se importar com você. Carência em excesso é realmente o parasita da modernidade tardia. E quando querem te cobrar a atenção de algo? Recentemente, numa conversa com uma amiga pelo telefone, conversávamos sobre uma dica que ela tinha me dado sobre alguma coisa. Eu tinha ligado para agradecer, quando ouço do outro lado do fio ela dizer “mas eu sou referência em várias coisas pra vc, não é verdade?” (risos). Fiquei me questionando se realmente era necessário apertar a tecla de confirma para ela. O que ela queria que eu fizesse, que colocasse num outdoor o quão relevante ela é para mim? Não tenho como hábito elogiar as pessoas. Até porque não gosto muito que fiquem jogando confetes. Tenho uma postura mais prática em relação ao ser humano. Sou extremamente seletivo e meus amigos sabem que quando quero a companhia delas é sinal de que elas são importantes para mim.



Achei necessário escrever sobre esse assunto, pois sempre mantive a postura educada com meus amigos. Sempre escutei, aconselhei mediante à carência deles relacionado a algum tipo de problema que estivessem passando. Fora o chilique de outros com aquela fala carregada de coitadismo do tipo “faz tempo que você não me chama para ir em sua casa” ou “você não tem me ligado”. E eu sou obrigado?



Para aqueles amigos que não vejo há um tempo, fica aqui a dica do por que não nos vermos com frequência. Da minha parte, pretendo daqui pra frente, ter uma postura mais cirúrgica com esses meus “pacientes” que querem usar meu sofá como divã. E não vou ter o mínimo de preocupação se vai doer ou não. A minha prioridade sou eu.