Fazendo um breve balanço sobre meu retorno das
férias, diria que sobrevivi bem. Prometi a mim mesmo não sucumbir, logo na
primeira semana de volta ao trabalho, às pressões corriqueiras do dia a dia. Eu
precisei me dar um tempo para voltar ao normal, mesmo que esse tempo dado fosse
de pelo menos um mês (risos). Quer dizer, você retorna, lida com pendências que
deveriam, mas não foram resolvidas durante suas férias e aí querem que seja
resolvido “o quanto antes”? Decidi
usar outra tática para não ter que em plena primeira semana de volta ao
trabalho perder toda a energia ganha nas matas do Tapajós. E a estratégia foi
não me pilhar, não me estressar e resolver qualquer problema dentro do meu timing. As pessoas mal esperaram eu
sentar na minha mesa e já querem despejar seus entulhos? Pois fiquem aguardando
em posição de yoga. Minha saúde e bem estar agradece.
Nesse tempo aproveitei para reciclar um pouco o
ciclo de amizades. Percebi que tenho que dar férias a alguns amigos, vai ser
bom para a saúde de ambos. Tenho passado por um momento que meus amigos estão
confundindo um pouco o conceito do que é ser amigo de fato e ficam me usando
como se fosse um terapeuta deles. Até entendo a necessidade das pessoas em
querer desabafar sobre algum fato ou problema. Mas é difícil ter que lidar com
pessoas que só querem falar e não escutar. Quer dizer, quando é a minha vez
(risos) de ter a palavra para falar sobre algum assunto, alguns amigos ligam o
automático e sequer prestam atenção no que você está falando. Eles mal esperam
eu concluir a frase do que estou conversando e já emendam outra pauta, sem se
importar com você. Carência em excesso é realmente o parasita da modernidade
tardia. E quando querem te cobrar a atenção de algo? Recentemente, numa
conversa com uma amiga pelo telefone, conversávamos sobre uma dica que ela
tinha me dado sobre alguma coisa. Eu tinha ligado para agradecer, quando ouço
do outro lado do fio ela dizer “mas eu sou referência em várias coisas pra vc,
não é verdade?” (risos). Fiquei me questionando se realmente era necessário
apertar a tecla de confirma para ela. O que ela queria que eu fizesse, que
colocasse num outdoor o quão
relevante ela é para mim? Não tenho como hábito elogiar as pessoas. Até porque
não gosto muito que fiquem jogando confetes. Tenho uma postura mais prática em
relação ao ser humano. Sou extremamente seletivo e meus amigos sabem que quando
quero a companhia delas é sinal de que elas são importantes para mim.
Achei necessário escrever sobre esse assunto, pois
sempre mantive a postura educada com meus amigos. Sempre escutei, aconselhei
mediante à carência deles relacionado a algum tipo de problema que estivessem
passando. Fora o chilique de outros com aquela fala carregada de coitadismo do
tipo “faz tempo que você não me chama para ir em sua casa” ou “você não tem me
ligado”. E eu sou obrigado?