quinta-feira, 26 de novembro de 2015


Pior que sair atrasado de casa para o trabalho é você ter uma ajudinha da Lei de Murphy para tudo que está ruim ser pior. Regina chegou atrasada para trabalhar em casa e antes que ela ligasse seu gravador labial, fiz a linha “acabou, Jéssica?”, senão iria sair uma semana depois. Entrei no elevador e me encontrei com Karina, vizinha que mora no 16º andar. Estava bem produzida e com uma mala. Ia se encontrar com uma colega para fazer um trabalho juntas, mas a colega estava perdida no metrô. Quando ela ia emendar o assunto de combinarmos algo pra fazer, o elevador, graças a Deus, pousou no térreo. Disse que estava com pressa e não poderia esperar. Já combinamos algumas vezes de tomarmos um vinho, mas ela sempre arranja desculpa. Quer dizer, ela e a namorada sempre dão um truque.


Fui com pressa ao metrô, preocupado em não chegar a tempo para passar para meu gerente os relatórios que ele levaria para reunião com nosso diretor regional. Assim que desço a rampa de acesso à catraca, uma lentidão de gente congestiona o trajeto. E seria politicamente incorreto de minha parte apressá-los. O que fazer quando você tem um cego, um ajudante de cego, uma manca e uma maricona rebolando na sua frente, ouvindo fag music. E beeem alto (risos).


Não estava com muita disposição em ler no vagão. Joguei o Ipod no randômico e tive três ótimas canções. Não é todo o dia que Beatles, Bowie e Prince oferecem, em sequencial, um consolo para seus ouvidos. Trilha perfeita para entrar em alfa e esquecer os aborígenes em minha volta. Na saída do metrô Belém, mais uma grata surpresa musical, no caminho ao trabalho. Parada obrigatória para pegar um pão de queijo e um suco de laranja, enquanto Mick Jagger chora seu lamento sertanejo.


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Chegada com atraso e meu gerente já tinha ido à reunião. Mandei um whatsapp avisando que mandaria os relatórios e dvds para apreciação do diretor. Enquanto organizava o kit, fiquei escutando um barulho de alarme insuportável que não parava de ecoar na sala de produção. E com aquele toque musical chinês cafona que beira o insuportável. Perguntei se alguém estava fazendo alguma massagem tailandesa. Na verdade era o celular de Jucimara que não parava de tocar e ela não estava na sala para desligar. Estava fofocando com a secretária. Nessas horas, bom senso é essencial para garantir uma boa convivência em grupo. Quer dizer, a pessoa sabe que o alarme soa nesse horário e ela não está no horário para desligar?


Estava olhando a caixa de e-mails e meu ouvido de tuberculoso ficou escutando o papo de Helô e Sílvia e eu gritei: “sem lesbianismo, por favor!” Aí Sílvia me perguntou se ela tinha perfil de sapa e eu gritei: “I don´t knoooooooow” (risos). Ela foi ótima, dissecou sobre o perfil de sapatonas que existem hoje em dia. “É complicado, elas ganham um beijo e no dia seguinte querem ir morar com você. E aí você se assusta e fala ‘querida, foi só um beijo. Estava bêbada ontem’”(risos). Adoro justificativa cafajeste.


Fui almoçar com Padilha e Jô no Sesc Belenzinho. O clima estava nublado, porém bem abafado. Meu gerente, Valter, chegou e acabou almoçando conosco. Depois do lunch, fomos tomar café e a pauta foi o episódio envolvendo a garota do tempo do JN, a  Maju e Willian Bonner. Padilha comentou que leu nos sites de notícias que Bonner bancou a ida de Maju para a conferência do clima, em Paris. Alguns jornalistas criticaram a ida dela por estar há pouco tempo na bancada do JN. Ficamos alfinetando Bonner, argumentando que ele deveria ter algum interesse por trás e Valter deu o golpe de misericórdia: “é lógico que Bonner está interessado, já que a esposa (risos) só tem engordado com produtos processados”. O que uma celebridade não faz por um bom cachê.