quarta-feira, 11 de setembro de 2019






Enfim, férias. Confesso que achava que o tempo iria dar um “congela” em agosto, só para minha ansiedade entrar no modo turbo, mas para minha surpresa setembro chegou trabalhado no Flash. Ou o tempo agilizou na minha cabeça apenas, devido aos sustos tidos nos últimos dois meses com a saúde. Pela primeira vez, a ficha caiu, a água bateu no esfíncter e a dita imortalidade  idealizada só na vida de Thor, Odin, da toxicômana da Loki e o universo de Asgard. Quer dizer,  por mais que a gente diga nas rodas de conversa com amigos de que a  vida é só uma, nunca pensamos que, concretamente, alguma coisa vá acontecer conosco.

E justamente pelo status quo da vulnerabilidade nossa – ou melhor, minha – de cada dia, minha primeira semana de férias foi para resolver todas as pendências  médicas, com o retorno às consultas, depois de um período repleto de exames. Até debutei em alguns. O pior não é debutar. O pior é saber que você está começando a ficar ancião em saber que seu corpo incorporou o retorno de Saturno e de agora em diante vai te cobrar por todos os excessos que eu causei. Já dei o play para iniciar o nível  junior de velhice.




Meu gastro, o Dr, Fabio, me deu um pequeno susto ao deparar com uma pequena preocupação. Imagine a uma semana para começar as viagens que fechei com tanto esmero e você ali sentado na frente do franzino e assexuado médico, já esperando aquela frase de efeito “Você está ótimo, aproveite suas férias” e de repente, surge o texto “Você precisa ir num vascular ainda essa semana, seu tronco celíaco está 1cm maior”.  E eu, com minha cara de moderado retardo mental pensei “Whatta fuck is tronco celíaco”? “Ah, é apenas a aorta abdominal” (APENAS?). E lá vai eu, pensando sempre de forma catastrófica, agilizando para não viajar encanado, mas já estando encanado e borboletando criativamente em minha mente como seria minha volta de viagem num caixão. Que falta faz uma psilocicina nessa hora.




Marquei consulta com a Dra. Lígia. A sala de consulta está mais informal, você fica sentado ao lado do médico, pra criar certa informalidade. Quando cheguei e falei tudo que estava acontecendo, enquanto olhava meus exames,  ela me olha e diz: “Você precisa ir num vascular”. Olho pra distinta e digo “E você, não é?”. “Não, sou cardiologista”. “Mas não é a mesma coisa”? E na aula de hoje aprendi que NÃO, não é a mesma coisa. Que bom que fazer cara de quarta parede nessas horas nos faz ficar menos envergonhado. A sorte é que a Dra. Lígia conhecia o Dr. Fabio. Ela foi uma graça, apesar de parecer com a atriz de “A maldição de Samanta”. Vendo a situação como estava, pensei: “Acabar minha vida como um filme tipo B? Nem muerta”. 

Quer saber mais sobre o filme? É só dar o play. Não é pra rir, tá?

                                                                           
Pra resumir, no bate rebate, falei com o médico vascular, o Dr. Ricardo, uma la-sa-nha de homem sênior (aparenta uns 60 e alguns anos) beeeeem guapo que me tranquilizou sobre o que ele estava vendo no exame. Mostrou o que estava me incomodando e que a única forma de resolver seria observar, solicitando exames daqui dois meses.


E eu estou linda aqui no Ceará para uma expedição histórica e ecoturística  que vou compartilhando por esses dias. Se a vida for pra terminar como um filme, que seja como em uma comédia de costumes de Woody Allen. Ou então um pornô do Brasileirinhas. Com a participação especial do Dr.Ricardo. Siririca Reloaded.