Enfim, férias. Confesso que
achava que o tempo iria dar um “congela” em agosto, só para minha ansiedade
entrar no modo turbo, mas para minha surpresa setembro chegou trabalhado no Flash.
Ou o tempo agilizou na minha cabeça apenas, devido aos sustos tidos nos últimos
dois meses com a saúde. Pela primeira vez, a ficha caiu, a água bateu no
esfíncter e a dita imortalidade idealizada só na vida de Thor, Odin, da toxicômana da Loki e o universo de Asgard. Quer dizer, por mais que a gente diga nas rodas de
conversa com amigos de que a vida é só
uma, nunca pensamos que, concretamente, alguma coisa vá acontecer conosco.
E justamente pelo status quo da vulnerabilidade nossa – ou
melhor, minha – de cada dia, minha primeira semana de férias foi para resolver
todas as pendências médicas, com o
retorno às consultas, depois de um período repleto de exames. Até debutei em alguns.
O pior não é debutar. O pior é saber que você está começando a ficar ancião em
saber que seu corpo incorporou o retorno de Saturno e de agora em diante vai te
cobrar por todos os excessos que eu causei. Já dei o play para iniciar o nível junior de velhice.
Meu gastro, o Dr, Fabio, me
deu um pequeno susto ao deparar com uma pequena preocupação. Imagine a uma
semana para começar as viagens que fechei com tanto esmero e você ali sentado
na frente do franzino e assexuado médico, já esperando aquela frase de efeito
“Você está ótimo, aproveite suas férias” e de repente, surge o texto “Você
precisa ir num vascular ainda essa semana, seu tronco celíaco está 1cm maior”. E eu, com minha cara de moderado retardo
mental pensei “Whatta fuck is tronco celíaco”? “Ah, é apenas a aorta abdominal” (APENAS?). E lá vai eu, pensando sempre de forma catastrófica, agilizando para não
viajar encanado, mas já estando encanado e borboletando criativamente em minha
mente como seria minha volta de viagem num caixão. Que falta faz uma
psilocicina nessa hora.
Marquei consulta com a Dra.
Lígia. A sala de consulta está mais informal, você fica sentado ao lado do médico, pra criar certa informalidade. Quando cheguei e falei tudo que estava acontecendo, enquanto olhava meus
exames, ela me olha e diz: “Você precisa
ir num vascular”. Olho pra distinta e digo “E
você, não é?”. “Não, sou cardiologista”. “Mas não é a mesma coisa”? E na aula de hoje aprendi que NÃO, não é a mesma coisa. Que bom que fazer cara de quarta parede nessas
horas nos faz ficar menos envergonhado. A sorte é que a Dra. Lígia conhecia o
Dr. Fabio. Ela foi uma graça, apesar de parecer com a atriz de “A maldição de
Samanta”. Vendo a situação como estava, pensei: “Acabar minha vida como um
filme tipo B? Nem muerta”.
Quer saber mais sobre o filme? É só dar o play. Não é pra rir, tá?
Pra resumir, no bate rebate, falei com o médico vascular, o Dr. Ricardo,
uma la-sa-nha de homem sênior (aparenta uns 60 e alguns anos) beeeeem guapo que me tranquilizou sobre o que ele estava vendo no exame.
Mostrou o que estava me incomodando e que a única forma de resolver seria
observar, solicitando exames daqui dois meses.
E eu estou linda aqui no Ceará para uma expedição histórica e
ecoturística que vou compartilhando por esses dias. Se a vida for
pra terminar como um filme, que seja como em uma comédia de costumes de Woody
Allen. Ou então um pornô do Brasileirinhas. Com a participação especial do
Dr.Ricardo. Siririca Reloaded.