sexta-feira, 13 de setembro de 2019




Fortaleza. Wellington estava à minha espera no aeroporto. Que bom que foi tudo rápido, ele estava com o cartaz com meu nome, logo acenei e nos cumprimentamos. Apesar da tranquilidade do vôo, queria ir logo para o hotel e descansar. Estava levemente irritado pois um dos meus ouvidos estava entupido por causa da pressurização no avião, durante a descida. Antes de sairmos, pediu para que eu segurasse meu cartaz. Como não sabia do que se tratava, fui educado e segurei. Para ele tirar uma porra de uma foto. “Vou te mandar pelo whats”. Retribuí com minha cara de canal deferente.



O carro estava próximo. Wellington deu a partida e fomos em direção ao hotel. Me perguntou como foi a viagem e falou um pouco do roteiro que iria fazer, que foi uma ótima escolha. Como iria ficar um dia em Fortaleza pedi dicas culturais. Me indicou o centro cultural Dragões do Mar, que ficava inclusive na rua do hotel. Na chegada do hotel, nos despedimos e ele ficou me esperando entrar. O hotel de apenas 3 andares estava sem nenhuma iluminação e isso me causou um desconforto. A porta automática não abria, o que me restou dar um murro britânico nela. Foi o suficiente para ouvir o recepcionista cair do sofá. Ele estava cochilando. O segurança do hotel também estava no décimo sono. Quanto desperdício no escuro (risos).




 O atendente perguntou meu nome umas 3 vezes. Brinquei com ele perguntando se ele não queria uma ritalina e o ingênuo responde “que já era casado” (gargalhadas). Falei para ele acordar, que ritalina não era uma pessoa. Com a chave em mãos, fui conduzido pelo segurança, que me levou até meu quarto. O mais gozado foi o processo até a chegada. Como vi que o hotel tinha apenas 3 andares, deduzi que era pequeno, só que não. Primeiro passamos por uma porta automática, uma espécie de abre alas de presídio. Depois  viramos à esquerda, dobramos a direita, andamos em um corredor extenso, subimos dois lances infinitos de escada e voilá: meu quarto estava na minha frente. Me deu uma certa tontura, foi como se eu estivesse no jogo do Pac-Man. Um labirinto só.

Dormi pouco e acordei para o café da manhã, que ia até às 9h. Mesmo no mal humor(detesto dormir pouco), dei meu bom dia para a funcionária, que sequer me cumprimentou. Na verdade, ela deu um bom dia bem ríspido, que dá na mesma. Desencanei e fui tomar café. Pedi para a funcionária mal humorada com cara de semente de bucha me fazer uma omelete. Tudo indo bem, até começar a ouvir a dita cuja cantando hinos de louvor. Mais uma daquelas evangélicas pentecostais de brechó: vai na igreja, mas não dá testemunho algum de sua vida no cotidiano. Louva a Jesus. E arrota Satanás. Se eu fosse Deus eu a transformaria numa estátua de sal, como a mulher de Lot, na Bíblia. Esses pentecostais são um perigo. Se eu fosse o pastor deles, garanto que não os deixaria sair sem uma focinheira (risos).



Café tomado, fui me trocar quando senti falta de algo inseparável: esqueci meu óculos no apê, em São Paulo. Já me deu aquela quentura de raiva.  Óculos pra mim é parte do meu corpo. Tive que mudar meus planos de praia mais roteiro cultural para comprar um. O calor aumentando e o dia só começando.