Fortaleza. Wellington estava
à minha espera no aeroporto. Que bom que foi tudo rápido, ele estava com o
cartaz com meu nome, logo acenei e nos cumprimentamos. Apesar da
tranquilidade do vôo, queria ir logo para o hotel e descansar. Estava levemente irritado pois um dos meus ouvidos estava entupido por causa da pressurização no avião, durante a descida. Antes de sairmos,
pediu para que eu segurasse meu cartaz. Como não sabia do que se tratava, fui
educado e segurei. Para ele tirar uma porra de uma foto. “Vou te mandar pelo
whats”. Retribuí com minha cara de canal deferente.
O carro estava próximo.
Wellington deu a partida e fomos em direção ao hotel. Me perguntou como foi a
viagem e falou um pouco do roteiro que iria fazer, que foi uma ótima escolha.
Como iria ficar um dia em Fortaleza pedi dicas culturais. Me indicou o centro
cultural Dragões do Mar, que ficava inclusive na rua do hotel. Na chegada do
hotel, nos despedimos e ele ficou me esperando entrar. O hotel de apenas 3
andares estava sem nenhuma iluminação e isso me causou um desconforto. A porta
automática não abria, o que me restou dar um murro britânico nela. Foi o
suficiente para ouvir o recepcionista cair do sofá. Ele estava cochilando. O
segurança do hotel também estava no décimo sono. Quanto desperdício no escuro
(risos).
O atendente perguntou meu nome umas 3 vezes.
Brinquei com ele perguntando se ele não queria uma ritalina e o ingênuo
responde “que já era casado” (gargalhadas). Falei para ele acordar, que
ritalina não era uma pessoa. Com a chave em mãos, fui conduzido pelo segurança,
que me levou até meu quarto. O mais gozado foi o processo até a chegada. Como
vi que o hotel tinha apenas 3 andares, deduzi que era pequeno, só que não.
Primeiro passamos por uma porta automática, uma espécie de abre alas de
presídio. Depois viramos à esquerda,
dobramos a direita, andamos em um corredor extenso, subimos dois lances
infinitos de escada e voilá: meu quarto
estava na minha frente. Me deu uma certa tontura, foi como se eu estivesse no
jogo do Pac-Man. Um labirinto só.
Dormi pouco e acordei para o
café da manhã, que ia até às 9h. Mesmo no mal humor(detesto dormir pouco),
dei meu bom dia para a funcionária, que sequer me cumprimentou. Na verdade, ela
deu um bom dia bem ríspido, que dá na mesma. Desencanei e fui tomar café. Pedi
para a funcionária mal humorada com cara de semente de bucha me fazer uma
omelete. Tudo indo bem, até começar a ouvir a dita cuja cantando hinos de
louvor. Mais uma daquelas evangélicas pentecostais de brechó: vai na igreja,
mas não dá testemunho algum de sua vida no cotidiano. Louva a Jesus. E arrota
Satanás. Se eu fosse Deus eu a transformaria numa estátua de sal, como a mulher
de Lot, na Bíblia. Esses pentecostais são um perigo. Se eu fosse o pastor
deles, garanto que não os deixaria sair sem uma focinheira (risos).
Café tomado, fui me trocar
quando senti falta de algo inseparável: esqueci meu óculos no apê, em São
Paulo. Já me deu aquela quentura de raiva. Óculos pra mim é parte do meu corpo. Tive que
mudar meus planos de praia mais roteiro cultural para comprar um. O calor
aumentando e o dia só começando.