Assim que saí daquele “shopping”
chamado Center 3, na Avenida Paulista, liguei meu celular. Afinal, faço questão de desligá-lo quando
estou no cinema. Vi um
“e aí, bonita, que ce ta fazendo”? Era Evandro. Ou melhor, Dandra. Por sorte,
peguei um ônibus na Paulista rapidamente para ir pra casa, curtindo a paisagem cinza e o que
resta de uma boa arquitetura. Fui trocando mensagens com Dandra e ela estava com
uma brasa no rabo para sair. E que eu fosse com ela. Titubeei um pouco e avisei
que precisava descansar antes de sair. Era 22h30. Dandra estava pensando em sairmos
por volta das 2h. Disse ok, mas reforcei que precisava descansar um pouco.
Bordamos mais um pouco de palavras e nos despedimos. Fiquei pensativo se
deveria ir ou não, pois já tem um bom tempo que não saio à noite. Voltei a dar
uns pulos de lince ano passado, com amigos e foi ótimo (foi ótimo, sim. Dê uma lida - http://omundodelira.blogspot.com.br/2014/10/depois-da-lavada-de-alma-que-tive-com-o.html). Cheguei
em casa, conferi as contas a pagar em fevereiro, dei uma checada no whats e nas
fotos postadas no insta. E não fui descansar. Continuei elétrico, mas comecei a
me acalmar, assim que comecei a ficar pra
lá do Mundo de Alice (risos). Dandra me ligou avisando que chegaria no
máximo em 15 minutos. Tomei rapidamente a ducha, vesti uma calça que não usava
há séculos e continua intacta e fiquei esperando o interfone ligar. Meu
telefone residencial toca. Era o namorado de Dandra me pedindo gentilmente para
descer. Mas ouvi a voz maldosa de Dandra gritando: “desce logo, piranha”!
(risos). Me colei, regado a muito Roberto Cavalli e me joguei com as “meninas”
na festa Ursound, no Hotel Cambridge.
Dandra deixou o carro nas
proximidades do Hotel Cambridge. Compondo a turma, Afonso, Manu, Dandra, o
namorado de Dandra e eu. Pegamos uma fila, mas ficamos pouco tempo nela. Nos
divertimos muito com o circo de horrores que nos cercavam (risos). Uns arruaceiros
passaram por perto querendo causar impressão, mas as beashas nem deram bola.
Entramos, pegamos a comanda e
passamos por uma revista. O segurança era um menino mulato, daqueles bem
marrentos. Eu o amei (risos). Eu e Manu passamos primeiro. Ele encrespou com
Dandra, não sei por quê. Fiquei tirando
fotos.
foto Hotel Cambridge
A pista de dança...bem, no geral
foi razoável. Na verdade são duas pistas. A de cima tocava bate cabelo de
travesti, ou seja, um vômito. Dandra quis me levar, mas assim que pisei gritei
“Tchau”! e voltei para pista debaixo, com um DJ sofrível. Ele parecia aqueles
caras que viveram a “era hippie na Praia Grande” (risos). Não sabia remixar as
músicas. Na passagem de uma para outra, o compasso de ambas eram em velocidades
diferentes. Então eu comecei a gritar, parafraseando a Heleninha Hoittman:
“Toca um mambooo, disc-jóquei” (risos). E, pasmem, ele (risos) pedia para as
pessoas na pista o aplaudirem. Será que alguém chegou a dar uma chacoalhada de
realidade nele em dizer que na escala de evolução de um DJ, ele ainda é grama?
Eu pedindo tanto uma luz, pra acabar o set list dele, pra que outro DJ entrasse
logo...
E a luz veio. Apesar de algumas
músicas boas para dançar, na média esse senhor só soube criar deslizes. E o
grand finale foi colocar uma música, em mais uma passagem que faziam meus
tímpanos gritarem a 9ª de Mahler, de tanta irritação. Só que a música começou a
pular. Devia estar riscado o cd. E música riscada na pista, para um DJ, é um
apedrejamento em praça pública no Irã. As bees começaram a vaiá-lo e
sair da pista. Por sorte, ele tirou o cd riscado rapidamente e para pedir
perdão, nada mais sugestivo para a ocasião. Escuta só:
O próximo DJ não foi lá essas
coisas, mas pelo menos, um pouco menos inferior que o anterior. Abriu com
Simply Red, “Come to my aid”. Depois não me lembro de mais nada (risos).
Ficamos nós cinco num vão entre a pista e o bar. Vi um negão de quase dois
metros, paquerando tudo e todos. E tinha michês também, com aqueles corpos esculturais
a base de bomba. É espetar um alfinete neles e...BUM! Vai sair um monte de gás
hélio. Voltamos a dançar e pintou a vontade de ir embora. Antes de sairmos, vi
uma bixa bem baixinha, carregando sua coca-cola zero em direção do negão que
comentei agora há pouco. Ela deu uma chegada nele e ficaram lá se amaciando.
Dandra me perguntou se ela aguentaria a suposta potência do marmanjo de ébano.
E aí eu respondi que sim, mas que seria sua primeira e única vez, já que de lá
ela iria parar direto no IML (risos).