sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015



A semana tem sido bem exaustiva e eu estou contando as horas para descansar no fim de semana. Ainda não folheei os guias culturais, mas não sei se terei tempo hábil para fazer muita coisa. Amanhã acompanharei uma gravação do projeto que estamos viabilizando na TV, o Filosofia Pop, com a Marcia Tiburi. Ela tem se saído muito bem na condução do programa, tem estado bem à vontade com os convidados e a plateia. E se algo a incomoda na discussão, ela faz questão de apimentar mais a discussão. Vai ficar uma série bem bacana.

Um assunto que tem sido comentado na telinha é a volta do apresentador Gugu Liberato. Eu ainda me pergunto o que faz uma pessoa perder o tempo e a energia dela em assistir o circo de horrores que Gugu comanda com tanta maestria na tv. Eu prezo e admiro apresentadores de tv que tenham o mínimo de originalidade. É o caso de Chacrinha, Sílvio Santos e Faustão nos áureos tempos do Perdidos na Noite. Gugu inaugurou o que eu chamo de a era dos genéricos televisivos. Seguindo a cartilha “somos eternos colonizados”, o apresentador surgiu inspirado no bom mocismo dos entretainers norte-americanos dos anos 80, acredito eu, orientado pelo seu então patrão Sílvio Santos. Ok, não posso deixar de mencionar que Gugu aprendeu muito no rádio, assim como seu colega e rival Faustão. Com uma ambição peculiar, o apresentador construiu uma imagem de ser imaculado para cair nas graças do público. A fórmula até deu certo. Gugu conquistou o carinho do público e a audiência. É bom lembrarmos que ele foi responsável por sucessivas derrotas na Globo na guerra pela audiência aos domingos. Mas fazendo uma retrospectiva em sua história como comunicador, sempre o achei extremamente oportunista, calculista, se importando apenas com números do ibope. Acho que seu programa é extremamente baixo, querendo dar destaque a fatos que eu, particularmente, não acho necessário destacar. Com a entrevista dada a Suzanne Richtoffen, conseguiu consolidar a liderança no horário, em sua semana de estreia. Quer dizer, quis armar uma tenda de palco italiano para fazer seu show de horrores em abrir espaço para uma réu confessa no assassinato de seus pais. E eu questiono: temos realmente que dar espaço ainda a esse tipo de história?  


E será que nosso Rasputin midiático dará espaço em seu freak show de quadros que foram sucesso em seus programas? Era surreal ver em pleno domingo à tarde, nos anos 90, ele colocar duas gostosas e dois marombados para se degladiarem numa piscina cheia de lama. Homoerotismo em plena tarde familiar dominicana. Com a caretice que assola nossa sombra ultimamente, imagino a insurreição que será causada, caso ele ressuscite essa atração. E só para relembrar: credibilidade é algo que Gugu não carrega muito em seu currículo.  Ou ninguém se lembra do episódio de uma “entrevista” com o PCC em seu Domingo Legal, no SBT. Só para registrar: descobriu-se que a matéria era forjada. Pra ver um programa desses, só tomando anti-depressivo em dose cavalar. Mas se Gugu quer fazer um programa de conteúdo medíocre para potencializar a mediocridade do telespectador, quem sou eu para questionar. Em matéria de freak show, prefiro o American Horror Story. É mais original.