segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015


Acordei disposto a aproveitar bastante o dia. A temperatura em São Paulo caiu, em pleno verão. O sábado estava com um friozinho agradável, mesclado com um pouco de ar abafado. De uma certa  forma, acordei no pique de otimizar bem o tempo para um roteiro cultural. E para “abrir as mesas de trabalho” do meu saturday life´s, algo disposto a “quebrar tudo”.





Como é bom escutar "Nevermind" alto até o talo. Tomar uma ducha, ouvindo a voz cortante de Kurt Cobain suplicando: “entertain us”. Banho rápido, afinal estamos em contenção. Na  dúvida entre usar bermuda ou calça, optei pela segunda opção. E quando saí soltinho pela rua, me arrependi de colocar a calça. Whatever! Primeiro pit stop na padoca Bella Buarque. Estava com um pouco de pressa. Na verdade mais ansioso em fechar o roteiro, depois de uma prévia já feita na noite anterior, no Guia da Folha. Fui atendido por uma garçonete muito fofa, que até esqueci de memorizar o nome dela. Mas ela já havia me atendido e já sacou que eu sempre peço o mesmo pedido. Ela disse: “O de sempre”? E eu perguntei se ela se lembrava. Bingo! Disse categoricamente, como uma aspirante a miss: “Brioches na chapa com ovo estralado (risos) e suco de laranja batido com gelo no liquidificador.” E sorriu. Eu aplaudi e disse: Bravo! O casal ao lado, uns velhos já cheirando mofo, olharam sem entender nada. Duro foi ter que me concentrar na leitura, com a conversa rala entre eles. 


O que me chamou a atenção primeiramente foi o cinema. Claro que priorizei os filmes indicados ao Oscar. Vi que a Meryl Streep foi mais uma vez indicada. Faz o papel de uma bruxa, um filme de fábula. Isso significa que vou ter que ver essa chatice (risos). Incrível como os membros da Academia a amam. Se solta um peido, já é indicada.

Do cinema, pulei para exposição. Uma me interessou: A Arte da Lembrança, no Itaú Cultural. Mas queria fazer algo fora do circuito Paulista-Jardins. Aí li sobre a “British Explorers”, com obras de Paul Wright e Ilia Petrovic, uns dos queridinhos das artes plásticas britânicas. Como ainda não conhecia o Centro Brasileiro Britânico, local da exposição, resolvi arriscar. Enquanto pedia um expresso, após a retirada dos utensílios que usei para o breakfast, coloquei o GPS pra funcionar. Ah, só abrindo um parênteses: tem uma menininha atendente muito prestativa, mas meio estranha. Quando ela foi retirar o prato e os talheres que usei para meu lanche, ela olhou pra mim e disse: “obrigada” (risos). Ela faz isso sempre. Eu peço algo, ela traz e diz “obrigada”. Mas (risos) não sou eu que tenho que agradecer? Ela não me dá tempo.  E joga um olhar de refugiada da Palestina, sabe? É surreal. Pra minha sorte, o CBB, como é popularmente chamado, fica próximo ao SESC Pinheiros e, coincidentemente, li sobre outro lugar interessante pra se conhecer, também na região: a Blau Projects. Com o funcionamento do metrô Fradique, era meio caminho andado. Pronto: já estava traçado o roteiro do dia. E eu nem pensava que teria boas coincidências durante o percurso vespertino. Com o Ipod no randômico, tive boas surpresas no set list. Essa foi uma delas:





Do Metrô Santa Cecília para a linha 4 – Amarela, sentido Butantã. Trocando whatss com Helô e Nelson. Ele me perguntou, durante a semana, se eu não queria desfilar na Mocidade Alegre. Fiquei tentado, mas ainda estou pensando. Marília Pêra é o tema da escola desse ano. Ficarei na torcida. Quis combinar um almoço com Nelson, mas ele tinha compromissos no domingo. Quis saber de Helô se ela topava um cine, mas estava um pouco complicado pra ela. Decidi curtir o dia soltinho, me desprendendo do tempo e das pessoas. Descida no metrô Faria Lima e uma caminhadinha de 7 minutos até o CBB. Cantarolando o presente dado pelo Ipod randômico. E o roteiro estava só começando.